O Sindicato dos Policiais Civis da Bahia, Sindpoc, lançou a campanha “Ronda Policiais Seguras: Ambiente da Polícia Civil da Bahia Livre de Assédio”, nesta quarta-feira (2), na Faculdade de Economia da UFBA, localizada na Piedade. Após o evento, mais duas denúncias de assédio sexual foram recebidas contra o delegado ACM, acusado por quatro investigadoras da 28° DT de Amaralina, unidade em que o gestor era titular, de assédio sexual, moral e abuso de autoridade.
A vice-presidente do Sindpoc, Ana Carla Souza, destacou que o sindicato tem o papel de receber as denúncias, “acolher” as servidoras e encaminhar à Corregedoria da Polícia Civil. A sindicalista assegurou que, desde 2018, a entidade acompanha os casos recorrentes de assédio na Polícia Civil baiana.
“É muito difícil presenciar uma colega pedindo socorro. Não podemos permitir assédio nas nossas unidades policiais. Não podemos admitir o surgimento de novas Rafaelas”, disparou, ao recordar da escrivã Rafaela Drumond, que se suicidou, aos 32 anos, em Minas Gerais, vítima de assédio moral na unidade onde era lotada.
Ana Carla Souza salientou que não cabe ao Sindpoc, enquanto entidade de classe, julgar e nem condenar ninguém. Entretanto, pontuou que o sindicato não pode se esquivar da missão de acolher e de proteger os servidores da Polícia Civil. “Jamais iremos admitir e nos calar diante das denúncias de assédio. Esse mal precisa ser extirpado de uma vez por todas da nossa querida instituição”, frisou a vice-presidente do Sindpoc.
Na ocasião, o representante da Confederação Brasileira dos Policiais Civis (Cobrapol), Deivison Soares, exigiu que a denúncia seja “investigada com o rigor da lei ” e ressaltou que a Delegada-Geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, precisa se posicionar em relação ao caso. “É inadmissível que um servidor que ocupa um cargo de tamanha importância como o cargo de delegado, adote uma postura totalmente na contramão da lei. Ele precisa ser investigado e, se as denúncias forem comprovadas, terá que ser devidamente punido”.
O evento contou com a presença de investigadores, escrivães, peritos técnicos, delegados e da sociedade civil. O sindicato irá fazer “rondas” nas delegacias de Salvador, Região Metropolitana (RMS) e do interior baiano para fiscalizar e denunciar os casos de assédio.