Presos com armas, ciganos suspeitos de matar gêmeos são soltos

Por Redação
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ciganos-04Os cinco ciganos presos na sexta-feira (19), no município de Simões Filho, na região metropolitana de  Salvador, por porte ilegal de arma foram soltos pela Justiça na segunda-feira (22). A informação foi confirmada na quarta-feira (24) pelo advogado dos presos, Abdon Abade, e pela Vara Crime de Simões Filho. Com eles, havia sido apreendido a quantia de R$ 22.142, armamento restrito ao uso militar, facões e munição.

Segundo o advogado, eles já foram indiciados pela polícia pelas mortes dos gêmeos Silvio Cezar Carvalho Santos e Cezar Silvio Carvalho Santos, de 45 anos e responderão pela acusação em liberdade. O crime ocorreu no dia 17 de agosto, em Salvador, e pode ter sido cometido por vingança por causa do assassinato de um cigano, ocorrido em 2014. A revogação da prisão preventiva foi sobre o crime de porte ilegal de arma.

Os homens têm entre 29 e 62 anos. Eles estavam detidos na 1ª Delegacia e foram soltos após o pagamento de fiança de 10 salários mínimos para cada um deles. De acordo com o advogado, a Justiça entendeu que os homens eram réus primários e sem antecedentes criminais, por isso não haveria motivo para o pedido de prisão preventiva. Abdon Abade diz ainda que o Ministério Público deu parecer favorável à soltura dos suspeitos.

Prisão
Os cinco homens foram presos durante uma operação das Polícias Civil e Militar, que cumpriram mandados de busca e apreensão na região na sexta-feira. Eles negaram em depoimento a participação nas mortes dos gêmeos. Conforme a polícia, com os ciganos foram encontradas 12 armas, dentre elas 2 rifles, pistolas, revólveres, escopeta, pistola Glock, além de facões e muita munição.

As armas foram encaminhadas para o Departamento de Polícia Técnica (DPT), onde passarão por perícia que deve apontar se alguma delas foi usada no crime contra os irmãos ou em outros. A polícia investiga também se os homens realizavam o comércio do armamento, por conta da quantidade de armas apreendidas com eles.

Agendas com anotações que podem ter relação com o empréstimo de dinheiro com juros, fora do mercado de crédito legítimo, popularmente conhecido como agiotagem, também foram encontradas com os homens, informou a polícia.
O advogado do ciganos presos, Abdon Abade, disse que as armas encontradas com os clientes dele são para uso pessoal. Ele informou ainda que os presos, assim como outros ciganos, têm o hábito de andar com altas quantias em dinheiro porque não confiam em instituições bancárias.

Crime
Os gêmeos Silvio Cezar Carvalho Santos e Cezar Silvio Carvalho Santos foram mortos a tiros na localidade conhecida como Baixa do Tubo, em Cosme de Farias, dia 17 de agosto. Eles foram enterrados no dia 18. Uma das vítimas, Silvio Cezar, que era advogado, tinha um escritório no local onde o crime aconteceu. O irmão dele, Cezar Silvio, era cinegrafista. Conforme as informações iniciais da polícia, dois homens chegaram no local e um deles chamou por Silvio. Quando ele apareceu, foi baleado. A vítima morreu no local. Ao ouvir os disparos, Cezar tentou dar socorro ao irmão, mas acabou baleado. Ele chegou a ser socorrido por vizinhos para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas já chegou à unidade de saúde sem sinais vitais.

O motivo da morte dos gêmeos pode ter sido vingança. A polícia trabalha com a hipótese do crime ter sido cometido por um grupo de ciganos, com o qual o irmão das vítimas, Jailton Carvalho Santos, teria uma dívida. Por causa dessa dívida, Jailton matou o cigano Jair Ferraz de Almeida, que atuava como agiota, durante uma briga, em 2014. Jailton se entregou à polícia e continua preso. Ele foi condenado a 14 anos de prisão.

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