Polícia investiga empresa de cannabis medicinal por tráfico de drogas

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Operação da Polícia Civil resulta na prisão de investigado por comercialização ilegal de cannabis

A Polícia Civil da Bahia investiga uma empresa autorizada a vender cannabis para fins medicinais. Na manhã de segunda-feira, 10 de outubro, uma operação resultou na prisão de Vitor Lobo, um dos investigados no esquema.

Segundo informações do Correio, o delegado Guilherme Machado afirmou que substâncias derivadas de cannabis foram encontradas em cigarros eletrônicos e potes de geleia, em um prédio localizado no Corredor da Vitória, área nobre da capital baiana.

O delegado explicou que a autorização da empresa de Vitor Lobo visava fornecer soluções líquidas de cannabis a pacientes com patologias específicas. No entanto, as investigações indicam que essa autorização foi extrapolada.

Embora Guilherme Machado não tenha confirmado se médicos ou outros profissionais de saúde estão sendo investigados, há suspeitas de que um renomado infectologista esteja envolvido no esquema.

“A autorização não é para comercializar canetas e vapes. A Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] não permite a venda de níveis elevados de THC. Existem indícios de comércio ilegal de entorpecentes através desses produtos”, acrescentou o delegado.

O tetrahidrocanabinol (THC) é a principal substância psicoativa encontrada nas plantas do gênero cannabis. Desde 2015, a Anvisa autorizou a importação de produtos derivados de cannabis para fins medicinais mediante prescrição médica. Estudos demonstram que a maconha medicinal é eficaz no tratamento de doenças como epilepsia e esclerose múltipla.

Vitor Lobo, alvo principal da operação, teve seu mandado de prisão cumprido por agentes do Departamento Especializado de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Segundo informações de uma fonte policial, o suspeito tentava mascarar suas ações criminosas.

O policial, cuja identidade será preservada, explicou que Vitor Lobo foi presidente da Associação de Apoio ao Tratamento com Canabinoides (AATAMED) e participava de grupos que defendem o uso medicinal da cannabis em Salvador. Ele utilizava essa posição para realizar a venda ilegal de cannabis líquida.

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