O pintor Márcio Santana, 40 anos, passava pela Avenida 29 de Março, estrada que dá acesso ao Alphaville 2, na Paralela, na tarde de terça-feira, 18, quando se deparou com o corpo do filho, o estudante Rodrigo Santana da Hora, 18, caído ao chão.
O jovem tinha acabado de ser baleado em uma mata próximo à via onde morreu. Desesperado, o pintor afirmou acreditar que o filho foi executado por PMs da Rondep, já que, ao chegar ao local, havia apenas policiais da especializada.
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“Foi a Rondesp. Quando cheguei, só tinha ele [o filho] e a Rondesp. Eles me perguntaram o que eu era dele e, quando eu disse que era pai, perguntaram se eu sabia que ele estava roubando. Eu disse que não. Aí eles foram embora”, contou o pintor, ao afirmar que o filho era inocente.
A dona de casa Rosana Santana da Hora, 37, revelou que o filho saiu de casa, no Vila Verde, na Estrada Velha do Aeroporto, logo após o almoço, com dois amigos. “Fui levar minha filha na escola e pedi para ele não sair. Aí dois camaradas o chamaram para arrancar lenha e ele foi”, lembrou a mulher, aos prantos, a última vez que viu o filho. Ela acredita que os outros jovens foram mortos dentro da mata. Ontem, familiares e vizinhos dos rapazes fizeram buscas no local e não os encontraram.
Preconceito
“Os policiais chegam no Vila Verde achando que todo mundo que mora lá é ladrão. Xinga pais e mães de família, pegam os jovens e batem. Lá também tem trabalhador”, desabafou Maria Aparecida da Hora, tia de Rodrigo. Conforme uma prima do estudante, um quarto jovem estava com o grupo e também sumiu.
No local do crime, PMs da 82ª CIPM (Paralela) aguardavam a chegada dos policiais civis e do Departamento de Polícia Técnica (DPT), contudo, não quiseram fornecer nenhuma informação sobre o fato. A assessoria da PM também foi procurada, mas, até o fechamento desta edição, não havia se pronunciado.