O Ministério Público Federal afirmou, no pedido de prisão do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), ter encontrado evidências da participação da mulher dele, Cláudia Cruz, e de seus filhos em uma “série de fatos criminosos graves”.
Cunha foi detido em Brasília na tarde de quarta-feira (18), após o juiz Sérgio Moro aceitar o pedido de prisão formulado pelos procuradores.
No documento, o Ministério Público Federal lista quatro eventos que estão sob investigação e que teriam participação dos familiares do ex-parlamentar
Duas suspeitas repousam sobre gastos diretos da família Cunha.
Um deles é o suposto pagamento das despesas do casamento de Danielle Dutz Cunha com dinheiro de propina. Os investigadores também acreditam que o pagamento dos carros da família do ex-parlamentar foi pago por Lucio Bolonha Funaro, suspeito de integrar o esquema de corrupção.
Além disso, os procuradores citam os supostos recebimentos de propina de empresários disfarçada de prestação de serviços nas empresas C 3 Atividades De Internet, que pertence a Cunha e a Cláudia, e GDAV, que pertence a Danielle Dytz Cunha, Camilla Dytz Cunha E Felipe Dytz Cunha.
Além disso, segundo o Ministério Público Estadual, houve simulação de um empréstimo proveniente de Francisco Oliveira para justificar o ingresso de supostos recursos de propina na conta de Claudia Cruz.
Processo
A família de Cunha não consta da ação que levou o parlamentar à cadeia. O processo refere-se a suposta propina de US$ 1,5 milhão que o ex-parlamentar teria recebido para “viabilizar” a aquisição, pela Petrobras, de 50% do bloco 4 de um campo de exploração de petróleo na costa da República Benin, na África, em 2011.
Devido ao desmembramento da ação, Claudia responde a uma outra ação que investiga o mesmo caso.
Nesta semana, Moro marcou o interrogatório da mulher de Cunha para o dia 14 de novembro. No mesmo dia prestará depoimento o empresário Idalécio de Oliveira, também denunciado.
Antes, no dia 9, serão interrogados o ex-diretor Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada e o lobista João Augusto Rezende Henriques, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras. Ambos também são réus na mesma ação de Cláudia.
O interrogatório é a última etapa antes de o juiz ouvir as alegações finais das defesas e da acusação, últimos argumentos apresentados para o julgamento.
Nele os réus ficarão frente a frente com Moro e poderão responder a todas as acusações do Ministério Público Federal. Caso queiram, eles também poderão exercer o direito de permanecer em silêncio.
A última testemunha da defesa de Cláudia a ser ouvida antes do interrogatório é o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) que vai depor nesta quarta-feira (19).
Além disso, Cláudia arrolou várias testemunhas que residem no exterior, que já foram intimadas via carta precatória. Nestes casos, porém, o juiz da Lava Jato entendeu que não é necessário aguardar a cooperação de outros países para dar continuidade ao processo.
Informações R7 Brasil
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