Bahia lidera ranking de homicídios dolosos no Brasil em 2025
A Bahia registrou 1.018 homicídios dolosos até março de 2025, mantendo-se no primeiro lugar nacional nesse indicador, segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp). O estado ocupa a liderança desde 2015.
Os homicídios dolosos incluem mortes com indícios de crime ou agressão externa, excluindo feminicídios, latrocínios e mortes culposas. Casos de acidentes de trânsito com dolo e encontros de cadáveres com sinais de violência também são contabilizados. Entre as vítimas, 943 eram homens e 74 mulheres, resultando em uma média de 11 homicídios por dia. A capital Salvador e a Região Metropolitana são responsáveis pelos maiores números, com 208 casos apenas na capital.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) informou que, entre janeiro e abril de 2025, as mortes violentas caíram 12,6% em Salvador, 15,7% na Região Metropolitana e 10,4% no estado em geral, em comparação ao mesmo período de 2024. Essas reduções seguem uma tendência de queda, com diminuições de 8,2% em 2024 e 6% em 2023.
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O advogado Wagner Moreira, fundador do Ideas Assessoria Popular, criticou a política de segurança da Bahia. “Estamos vivendo a nordestinização da violência, e mesmo governos considerados progressistas não conseguiram reverter esse cenário”, declarou. Ele destacou a gravidade dos números em estados vizinhos como Pernambuco (784 homicídios) e Ceará (714 homicídios).
Em declaração ao Correio, Moreira atribuiu o aumento da violência à falta de diálogo com a sociedade civil e à criminalização de movimentos sociais. Ele questionou a estratégia de segurança baseada no confronto direto com facções, sem investimentos em inteligência policial.
O historiador Dudu Ribeiro, da Rede de Observatórios da Segurança na Bahia, apontou o tráfico de drogas como o principal vetor da violência no estado. Ele criticou a política de encarceramento em massa, que, segundo ele, fortalece grupos criminosos. “A violência urbana produz efeitos sociais duradouros: crianças órfãs e comunidades marcadas pelo luto”, destacou.
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