‘A arma era o pincel’, gritam amigos e familiares em protesto contra morte de artista plástico por PM

Por Redação
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Policial militar abraça filha de artista plástico morto em casa durante ação da PM (Foto: Juliana Almirante/G1)

Um grupo de familiares e amigos do artista plástico Manoel Arnaldo Santos Filho, de 61 anos, conhecido como "Nadinho", fez um protesto na manhã desta segunda-feira (23), na cidade de Candeias, região metropolitana de Salvador, dois dias depois da morte da vítima por policiais militares.

Vestidos de branco e com cartazes, amigos e familiares pedem justiça (Foto: Juliana Almirante/G1)

O grupo saiu da ladeira de Barzinho, próximo à casa do artista, parou na BA-522 e chegou a fechar a rodovia por cerca de 10 minutos. Durante a caminhada, eles gritavam em defesa do artista ao dizer que ele não tinha arma – como alega a polícia – e que pintava quando foi morto.
"A arma era o pincel", gritavam, vestidos de branco, levando cartazes pedindo justiça e quadros da vítima.
A filha do artista, Maraísa Marinho, de 34 anos, participou do protesto. Ele tem mais duas filhas, de 37 e 35 anos, e um filho de 33 anos.

Durante a manifestação, parentes de Arnaldo foram até a delegacia, onde pediram esclarecimentos ao titular da unidade de Candeias, Marcos Laranjeira.

O delegado informou aos familiares que o caso será apurado pela Corregedoria da PM, conforme já adiantado pela corporação em nota. Ele diz que foi lavrado um auto de resistência por policiais após a ação.

“Há o entendimento de que a competência é da Justiça Militar. Quando ocorreu o fato, foi passado para a corregedoria de Salvador. Vou ouvir testemunhas, mas como base nos depoimentos, não podemos indiciar porque tenho que ser acionado pelo Ministério Público, pela Justiça ou pela Secretaria de Segurança Pública”, afirmou o delegado.

Já na sede da 10ª CIPM, a família foi atendida pelo major Paulo Cesar, que reafirmou que o caso será apurado pela corregedoria. Muito emocionada, a filha de Nadinho foi recebida com um abraço por um policial do batalhão, o subtenente Necivan.

O major Paulo Cesar também não divulgou os nomes dos policiais envolvidos na ação. “Nesse primeiro momento, é questão de preservar. Eles foram afastados das funções operacionais, dos trabalhos das ruas”, disse. Segundo o major, ao chegar na casa de Arnaldo na noite de sábado, os policiais foram averiguar uma denúncia via Cicom e acabaram em uma rua errada.

A denúncia foi de que suspeitos estariam na segunda travessa 31 de março, na casa 15. Mas eles foram até a casa do artista, na primeira travessa 31 de março, numero 11.

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