Após passar o dia em casa, no distrito de Menino Jesus, na cidade de Candeias, a jovem Glauce Neves da Encarnação, de 19 anos, recebeu um convite inesperado. Por volta das 17h de terça-feira (7), um homem ainda não identificado parou o carro que dirigia na porta da casa dela e a chamou para dar um passeio em um shopping em Salvador. Ela aceitou o convite, se arrumou e avisou à mãe para onde iria.
O que Glauce não sabia é que aquela seria a última vez que ela sairia de casa. Cerca de quatro horas depois, ela foi encontrada caída no chão, sem camisa e sem documentos, numa localidade conhecida como Alameda 56, no bairro de Jardim Santo Inácio, em Salvador. Segundo a Polícia Militar, a jovem tinha marcas de tiros no tórax, peito e braço esquerdo. Ela chegou a ser levada para o Hospital Roberto Santos, no Cabula, mas a unidade de saúde informou que a jovem já estava morta.
Nas primeiras horas, os familiares não sentiram a falta da jovem, já que era comum ela pegar caronas de Candeias para Salvador. No entanto, mais tarde, por volta das 19h30, os parentes foram surpreendidos e receberam muitas notificações do aplicativo WhatsApp. Quando abriram o aplicativo, a surpresa: fotos da jovem, já morta, foram enviadas do próprio celular dela e espalhadas em diversos grupos.
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“Quando vi a foto, reconheci as roupas e o rosto dela logo. Mataram ela, tiraram foto e mandaram para os contatos do celular. Ninguém viu a placa do veículo na hora, viram só o carro. Ela já tinha esse costume de pegar carona, mas sempre avisava depois onde estava”, contou um parente da vítima, que preferiu não se identificar.
Pelos detalhes nas fotos, rapidamente os familiares reconheceram que era mesmo Glauce nas imagens e resolveram viajar para Salvador e procurar a polícia, para obter mais informações. A família também foi ao Hospital Geral Roberto Santos, no Cabula, para onde Glauce foi levada pelos policiais que a encontraram já sem vida.
Dia seguinte
Na manhã desta quarta-feira (8), ainda muito abatido e sem entender direito como tudo aconteceu, o pai de Glauce, que preferiu não se identificar, contou ao CORREIO que nunca suspeitou que a filha tivesse envolvimento com o tráfico de drogas, mas não descarta que esse tenha sido o motivo da morte dela.
“Não tenho certeza, pois ela não me falava nada sobre o assunto, mas possivelmente a morte dela pode estar ligada ao tráfico de drogas. Ela não conversava nada dessas coisas comigo dentro de casa e não demonstrava nenhum comportamento diferente, mas acredito que alguém agiu de má fé com ela”, lamentou.
Ele acredita ainda que o criminoso era algum conhecido da jovem. “Era alguém conhecido. Como pode chegar um carro, chamar você para sair e depois você aparecer morta? Ela não entraria nesse carro se não fosse alguém conhecido”, afirmou o pai de Glauce, que passou a manhã no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLRN) aguardando a liberação do corpo da filha.
Ainda segundo o pai, a família não esperava o fim trágico da jovem e estão todos muito abalados e surpresos.
“Ela sempre saía com essas pessoas que eu não conhecia, mas sempre voltava e não costumava demorar muito. Às vezes ligava para avisar que estava bem, mas dessa vez não ligou. Estou tentando superar”, completou.
Glauce deixa dois filhos pequenos. O enterro da jovem está marcado para as 16h desta quarta-feira (8), no Cemitério Municipal de Candeias.
A Policia Civil informou que a 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central) vai investigar o crime e que a autoria e motivação ainda estão sendo apurados.
Informações do correio