No início de 2022 muito se comentou nas redes sociais sobre a história de Shimon Hayut, um israelense que ficou conhecido como “Golpista do Tinder”. Agora, no Brasil, as polícias do Rio de Janeiro e São Paulo buscam pelo mineiro Rafael Correa de Paula, 33, suspeito de aplicar golpes similares.
Uma das vítimas é um empresário paraibano de 38 anos. Ele conheceu Rafael no aplicativo de namoro. Por lá, tal qual o isrealense, ele inventou uma história, afirmando ser herdeiro de fazendas.
Nas redes sociais, Rafael exibia fotos ostentando viagens de primeira classe e roupas de grife, informou o jornal O Globo.
O paraibano e Rafael marcaram um encontro num hotel de luxo no Rio de Janeiro e logo engataram um romance. Pouco tempo depois, o empresário foi convidado a acompanhá-lo em viagens internacionais, com a promessa de que era possível conseguir bons preços com descontos em milhas aéreas que ele acumulava. De posse de seu cartão de crédito, o rapaz desembolsou cerca de R$ 70 mil com passagens e hospedagens.
Logo o empresário desconfiou de que caíra em um golpe e terminou o namoro. O problema é que após o fim, consumado em dezembro de 2021, Rafael começou a persegui-lo: além de perfis falsos nas redes, em que publicava informações para prejudicar sua imagem, ele passou a utilizar seus dados pessoais e bancários para fazer compras de altos valores pela internet e ainda solicitou o cancelamento de seus cartões de crédito e o estorno de valores já pagos pelo empresário.
“No início, a conversa e a companhia eram agradáveis, mas, com o tempo, passei a ter certeza de que era tudo uma farsa”, diz o empresário.
Outras vítimas
Rafael também é réu em processo na 2ª Vara Criminal de Ribeirão Preto após utilizar dados de outro homem na compra de três pacotes de viagem no valor de R$ 2.300 de uma agência de turismo.
Segundo denúncia do Ministério Público, a vítima só percebeu ter sido vítima do golpe ao tentar abrir conta bancária e ser informado da restrição que havia em seus dados cadastrais devido à dívida.
Na ocasião, ao prestar depoimento Rafael contou ter estudado com a vítima por três anos em um colégio particular de Frutal, no interior de Minas Gerais, tendo mantido laços de amizade com ela até brigarem por “motivos banais”. Ele também afirmou que a compra foi autorizada pelo rapaz.
Na delegacia, Rafael afirmou desconhecer o motivo pelo qual “duas parcelas ficaram em abertas”, mas chegou a mostrar comprovação de quitação de débitos.
Já em São Paulo, capital, Rafael responde a um inquérito por, após terminar relacionamento de dois anos e meio com um arquiteto, impedi-lo de deixar seu apartamento, segurando seus braços e pescoço, informou o Globo.
A vítima afirmou que sofreu violência psicológica, ameaça e constrangimento.
Já em Campinas, também em São Paulo, ele é alvo de procedimento por lesão corporal por ter supostamente dado um tapa em uma mulher que trabalhava como caixa de mercado após ela dizer que não teria troco para R$ 100. Ela entrou com um pedido, no Juizado Especial Cível da cidade, de uma indenização de R$ 14 mil por danos morais.
Na 1ª Vara Cível do Fórum de São Paulo, a proprietária de apartamento no Bairro Jardim Paulista o executou cobrando R$ 4.900 do contrato do imóvel alugado por ele.
Correio