Video: Traficantes executam jovem com 20 tiros

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video-jovem-asssassinadoA onda de criminalidade que atinge bairros da periferia da Grande Fortaleza e a guerra constante entre gangues, continua preocupando autoridades policiais que não conseguem conter a matança registrada quase que diariamente na capital, resultado do tráfico de drogas.

Na semana do Carnaval, criminosos do Conjunto Santa Fé, em Messejana, invadiram uma favela no Parque Santa Maria e fuzilaram um jovem de 24 anos com pelo menos 20 tiros de pistola. E o pior de tudo: toda a execução foi filmada e comemorada pelos assassinos. Em seguida postada nas redes sociais como forma de provar quem domina a área.

A vítima, identificada como Fábio Rodrigues da Silva, ainda pede clemência antes da execução, afirma que é trabalhador, mas as palavras não foram suficientes para evitar o massacre. Durante o vídeo, é possível ver um dos assassinos utilizando fogos de artifício, que seriam utilizados em seguida para confirmar a morte.

Assista o vídeo abaixo.(Cenas Fortes)
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Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), a Polícia Civil tomou conhecimento da morte de um homem em tais circunstâncias na região na terça-feira passada, mas ainda não conseguiram identificá-lo. O caso é um dos 660 crimes violentos letais intencionais registrados só nos primeiros 49 dias deste ano no Ceará (estão disponíveis estatísticas somente até dia 18 de fevereiro). Da sexta de carnaval até a quarta-feira de cinzas, foram 76 crimes deste tipo, número aproximadamente 7% maior do que o registrado em 2014 no mesmo período, quando houve 71 assassinatos.

Das 660 mortes, 274 ocorreram na capital, sendo 175 na periferia da cidade. As estatísticas revelam também que, em sua maioria, os crimes têm traços de execução: são praticados com uso de armas de fogo contra homens jovens, com até 30 anos de idade.

Pesquisadores como o sociólogo César Barreira, coordenador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV-UFC), afirma que este é mais um exemplo da criminalidade crescente no Estado, que, cada vez mais, utiliza-se de requintes de crueldade.

— Algumas pessoas falam que a violência é democrática, mas pelos estudos que desenvolvemos ao analisarmos dados oficias, a violência tem suas vítimas específicas. São eles jovens, negros e pobres, como o que vemos no vídeo. O registro é também o exemplo das práticas que mais crescem, as com requintes de crueldade e sem aparentemente justificativa — analisa ele.

De acordo o sociólogo, três fatores levam ao aumento do índice: a intensificação do comércio de drogas, a maior circulação de armas de fogo e uma estrutura familiar frágil.

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