O caso que começou como um desaparecimento e evoluiu para um assassinato brutal completa um mês, mantendo a população e as autoridades em busca de respostas sobre a morte da cantora gospel Sara Mariano. A tragédia, que chocou o Brasil e repercutiu nas redes sociais, continua envolta em detalhes sombrios e uma investigação minuciosa.
Sara Mariano desapareceu em 24 de outubro, deixando a família e fãs em angústia. O marido, Ederlan Mariano, inicialmente registrou um boletim de ocorrência, indicando que a cantora havia saído para um encontro religioso em Dias d’Ávila. A mobilização na busca por Sara ganhou força nas redes sociais, com apelos desesperados de Ederlan.
No entanto, três dias após o desaparecimento, a tragédia se revelou de forma brutal. O corpo parcialmente queimado de Sara Mariano foi encontrado à margem da BA-093, na cidade para onde ela deveria ir. O marido foi quem fez a identificação antes mesmo da confirmação oficial, e a polícia começou a desvendar uma história permeada por fragilidades conjugais.
As investigações revelaram contradições entre a versão do marido sobre o evento religioso e a narrativa de um líder religioso ligado à cantora. A medida que a apuração avançava, emergiram informações sobre a fragilidade do casamento, incluindo áudios em que Sara expressava a intenção de se separar devido ao comportamento do marido, corroborado pela família.
Na madrugada de 28 de outubro, Ederlan foi preso, acusado de ser o mandante do crime. Apesar da negação da defesa, a Justiça manteve sua prisão, estabelecendo um prazo adicional de 30 dias. Posteriormente, outros três envolvidos foram detidos: Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como Bispo Zadoque, Gideão Duarte e Victor Gabriel de Oliveira.
A trama do crime, conforme relatado pelos suspeitos em acareação, destaca a divisão de R$ 2 mil pagos por Ederlan. Weslen, o Bispo Zadoque, assumiu a execução e ocultação do cadáver, enquanto Victor segurou Sara para facilitar o assassinato, e Gideão foi responsável pelo transporte da vítima e dos executores.
A narrativa ainda revela a simulação de uma pane no veículo por Gideão para entregar Sara aos executores. Após o crime, o grupo retornou à casa de Ederlan, entregou o celular da vítima e, no dia seguinte, retornou ao local do crime para ocultar o cadáver.
Os quatro suspeitos estão detidos no Centro de Observação Penal (COP), no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. Enquanto as investigações continuam, uma disputa pela guarda da filha do casal, de 11 anos, se desenha entre as famílias de Sara e de Ederlan.
Nesse contexto de tristeza e complexidade, a esperança por respostas persiste, mas a morte de Sara Mariano permanece como um doloroso mistério, repleto de detalhes a serem ainda apurados pela investigação policial.