Uma operação deflagrada na manhã desta terça-feira (16) pela Polícia Federal cumpriu 53 mandados judiciais, dentre eles, 24 de prisão, duas conduções coercitivas e 27 de busca e apreensão em Salvador, Camaçari, Simões Filho e Candeias. A ação tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa que agia dentro de uma cooperativa de caminhoneiros. O grupo é suspeito de desviar R$100 milhões em mercadorias, nos últimos 10 anos, de cargas de navios do Porto de Aratu, em Candeias.
Em Camaçari, os agentes da PF realizaram apreensões e prisões nos condomínios Parque Florestal, localizado no bairro da Bomba; Begônia, na Gleba C; e no bairro Camaçari de Dentro. Até o início da manhã de hoje, cinco pessoas já foram detidas no município. Entre os presos estão o chefe da quadrilha, que mora em um condomínio, situado em Barra de Jacuípe, na orla de Camaçari.
Os policiais também cumprem mandados em diversos bairros de Salvador, como Pau da Lima, Vila Laura, Engenho Velho da Federação e Pituba. Durante a operação, um homem chegou a ser baleado no tórax, no bairro de Pau da Lima, em Salvador, onde foi localizado um dos 24 investigados da Operação Carga Pesada. Ele foi socorrido pelos agentes e levado para a emergência do Hospital Geral do Estado (HGE).
Os envolvidos responderão por furto qualificado, participação em organização criminosa, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, coação no curso do processo e homicídio. As cargas roubadas eram fertilizantes e concentrado de cobre.
As investigações começaram depois de duas apreensões de caminhões feitas nos estados de Minas Gerais e São Paulo. Os roubos eram liderados pelos diretores da cooperativa que organizavam o carregamento de caminhões e o transporte de todas as mercadorias do Porto de Aratu para unidade produtoras e consumidores em diversas regiões do país. A quadrilha tinha ajuda de guardas e empregados das empresas roubadas, além de agentes de segurança patrimonial, motoristas e policiais reformados.
Ainda de acordo com a PF, a quadrilha chegava a extorquir e intimidar as testemunhas. Durante as investigações, três pessoas foram assassinadas e outras três feridas por integrantes da organização parar silenciar testemunhas e garantir a continuidade dos crimes.