A conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o senador Jean Paul Prates, agora ex-presidente da Petrobras, foi bastante dura, segundo informações do colunista do portal Metrópoles, Guilherme Amado.
O encontro selou a demissão de Prates da estatal e ocorreu na terça-feira (14/05), no gabinete de Lula. Estavam presentes os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia).
A presença de Rui e Silveira não foi justificada por Lula. Segundo o colunista, interlocutores do presidente afirmam que o senador se sentiu “humilhado” pelo presidente.
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Ainda de acordo com a publicação, os dois ministros foram convocados horas antes para a reunião. Os dois faziam pressão há meses para a saída de Prates da Petrobras, sob a alegação de que ele não entregava os resultados necessários.
Outros ministros mais próximos a Lula também não foram comunicados, a exemplo de Fernando Haddad e Alexandre Padilha.
Conforme o colunista, Prates foi pego de surpresa com a presença de seus algozes.
Um dos pontos relevantes para a demissão de Prates foi a crise da distribuição dos dividendos da Petrobras em março. “A sua decisão de se abster na questão dos dividendos me pareceu uma afronta”, disse Lula durante a conversa.
“Jamais afrontaria o senhor”, respondeu Prates, explicando que a decisão de não votar com a União seguiu uma recomendação técnica, com o objetivo de não deixar morrer a proposta da diretoria executiva, de quem ele, como presidente da empresa, é representante no conselho.
Magda Chambriard foi anunciada como nova presidente da Petrobras logo após a demissão de Prates. Ela foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) no governo Dilma Rousseff.