Nas entrevistas que concede aos meios de comunicação, o Sargento Francisco alega, acima de tudo, que a cidade vive em crise financeira pela menor arrecadação no ano de 2015. Porém, os números não combinam com a fala do Executivo nem com o que prega a líder da base, na Câmara, vereadora Marivalda Silva, que ainda espera com paciência que a cidade dê uma guinada no próximo. Claro, tem eleição municipal.
Em debate com a oposição no plenário sempre faz questão de ratificar isso. Com base na peça orçamentária de 2016 serão realizadas obras sim, pois a Secretaria vai receber ao invés da média de R$ 11 milhões nos últimos 3 anos, mais de R$ 33 milhões, quase o mesmo valor aplicado de 2013 a 2015.
A fala da crise não se sustenta pelos números coletados no site do TCM, Transparência Municipal, onde fica claro que agradar aos correligionários, apadrinhados e protegidos é a marca da atual gestão que não conta com uma obra estruturante sequer.
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O município tinha em outubro deste ano como funcionários em Cargo Comissionado (de competência de nomeação exclusiva do Prefeito) 1.785 que custam no total R$ 2.393.277,70 (dois milhões, 393 mil, 277 reais) mais 20 secretários Municipais que oneram a receita em R$ 205.756,29 (duzentos e cinco mil, setecentos e cinquenta reais), ou seja, somente com pessoal sem concurso é gasta a quantia de R$ 2.599.033,9 (dois milhões, quinhentos e noventa e nove mil reais), fora encargos sociais que devem alcançar em torno de R$ 1.559.420,30 ( hum milhão, quinhentos e cinquenta e nove mil reais), em torno de R$ 3.952.698,00 ( três milhões, novecentos e cinquenta e dois mil, seiscentos e noventa e oito reais).
Do montante de R$ 2.393.277,70, são R$ 701.767,20 (setecentos e um mil, setecentos e sessenta e sete reais) em gratificação, apesar da “alardeada crise”, que ensejou cortar RTI e CET de centenas de servidores.
Porém, de subsecretários, assessores especiais – muitos no gabinete do Prefeito – e cargos não foram totalmente retirados.
Há casos em que um Assessor Especial tem salário de R$ 2.000,00 e recebe mais R$ 2.500,00 de gratificação. Em outro, o salário é de R$ 2.000,00 e a gratificação é de R$ 2.000,00. Há situações em que o funcionário comissionado tem R$ 788,00 de salário e recebe R$ 1.409,20 de gratificação, ou seja, 178% (cento e setenta e oito por cento). Um funcionário recebeu em outubro R$ 10,50 (dez reais e cinquenta centavos) de gratificação. Um outro recebe R$ 3.500,00 de salário e R$ 2.450,00 de gratificação, que varia de R$ 10,50 a 2.500,00.
Além desses, ainda são contratados como Celetistas (CLT) outros 88 funcionários que custaram em outubro R$ 103.159,37 (cento e três mil, cento e cinquenta e nove reais) e 374 Empregos Temporários no valor total de R$ 595.833,60 (quinhentos e noventa e cinco mil, oitocentos e trinta e três reais), mais encargos sociais num total aproximado de R$ 420.000,00 (quatrocentos e vinte mil reais) por mês.
Aliado a isso, os efetivos são 2.710 servidores que no total percebem R$ 5.169.105,32 (cinco milhões, cento e sessenta e nove mil, cento e cinco reais). Encargos sociais desse grupo de servidores devem custar em torno de R$ 3.117.663 (três milhões, cento e dezessete mil, seiscentos e sessenta e três reais).
No final, a Prefeitura gasta somente com folha de pessoal, muitos desnecessários porque são contratados para atender acordos políticos, em torno de R$ 13.358.845,80 (treze milhões, trezentos e cinquenta e oito reais), o que representou, em 2014, 57,15% (cinquenta e sete vírgula quinze por cento) e provocou o pedido de rejeição das contas pelo relator Paolo Marconi, mas que foi vencido pelos demais 4 conselheiros do TCM, que aplicou multa de R$ 77.000,00 (setenta e sete mil reais) ao gestor por infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal.