A Prefeitura de Salvador lançou, na manhã deste domingo (2), o novo Plano Cicloviário da cidade, documento que traz um diagnóstico e apresenta diretrizes para o setor na capital baiana. O plano tem como meta que, nos próximos dez anos, Salvador chegue a 700 quilômetros de rede cicloviária. Atualmente, são mais de 300 quilômetros.
O lançamento ocorreu na Avenida Magalhães Neto e contou com a presença do prefeito Bruno Reis, do secretário de Mobilidade (Semob), Fabrizzio Müller, do presidente da Saltur, Isaac Edington, do superintendente da Transalvador, Décio Martins, além de outras autoridades e representantes de grupos de ciclistas da capital baiana.
O documento, conforme explicou o prefeito, marca “um novo momento na mobilidade da capital baiana”, promovendo o uso da bicicleta como “um meio de transporte viável que fomenta a mobilidade ativa e os cuidados com o meio ambiente”. Ele destacou o trabalho realizado pela gestão municipal para garantir a ampliação da rede cicloviária da cidade.
Durante o evento, ele assinou uma ordem de serviço para a realização de obras de novas ligações cicloviárias. Uma delas, por exemplo, é no trecho da Praia da Paciência, no Rio Vermelho. Outra delas vai garantir a ligação da ciclovia entre a Vila Caramuru, também no Rio Vermelho, e Amaralina.
<Bruno Reis frisou o aumento de 30 km de rede cicloviária para mais de 300 km, nos últimos dez anos, e salientou que o plano lançado neste domingo vai garantir que a cidade continue avançando em mais estrutura para os ciclistas. “Vejam vocês o papel do poder público em estimular determinadas iniciativas. Se hoje esse grande movimento Vai de Bike está crescendo de forma expressiva na nossa cidade, é justamente porque nós passamos a construir uma cidade que permite que os ciclistas possam por ela circular, permite que os atletas de competição possam treinar, que nem isso no passado tinha”, disse.
“E essa visão vai seguir em diversas intervenções que nós vamos realizar, e agora estão garantidas, asseguradas pelo Plano Cicloviário. Em todas as obras a gente se preocupa com acessibilidade, rampas de acessibilidade, com piso tátil para as pessoas com deficiência, ciclovia para os ciclistas”, acrescentou.
<Bruno Reis citou novas ciclovias que serão implantadas, como por exemplo na Avenida Bonocô, que passará por obras de requalificação. Além disso, afirmou que a Prefeitura está investindo R$19 milhões na Avenida Suburbana, garantindo uma ciclovia mais segura. “Então, com muita tranquilidade, mas acima de tudo, com muito orgulho do que nós fizemos nos últimos anos, é que hoje a gente está aqui podendo apresentar o Plano Cicloviário, deixando um legado para a nossa cidade”, finalizou.
Construção – O secretário de Mobilidade, Fabrizzio Müller, ressaltou que o plano foi entregue com o apoio do governo britânico, através do UK Pact, com recursos geridos pelo Banco Mundial. “Ele não é simplesmente uma previsão de aumento de rede cicloviária, mas um diagnóstico preciso da infraestrutura atual, mostrando onde deve ser aprimorado e ampliado. Temos políticas para fomentar o uso da bicicleta, como educação, conectividade e integração multimodal”, iniciou o titular da Semob.
“Salvador é uma cidade em que 38% da população se desloca a pé, e melhorar os sistemas de cobertura permitirá mais deslocamentos de bicicleta. Pretendemos, com esse plano, chegar a 25 quilômetros de ciclovias por 100 mil habitantes em dez anos, atingindo níveis de cidades cicláveis da Europa”, previu Muller, ressaltando que a construção do plano contou com ampla participação popular.
O secretário detalhou que o plano tem cinco eixos: proposta de adequações da rede cicloviária existente; implantação de trechos críticos de ligação para suprimir descontinuidade; implantação dos tramos previstos no Plano de Mobilidade de Salvador (PlanMob); proposta de implantação de novos tramos cicloviários; proposta de implantação de novos bicicletários e paraciclos.
Também presente no ato, o presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, mencionou os avanços na mobilidade de Salvador ao longo dos últimos anos, citando o Movimento Salvador Vai de Bike. “Isso requer muita sensibilidade, investimento e mobilização de recursos. Salvador é a cidade que mais cresceu no Brasil nos últimos anos, e isso é fruto de muito trabalho e dedicação. Uma cidade boa para ciclistas é boa para todos”, afirmou.
O vice-presidente da Federação Baiana de Ciclismo, Henrique Marinho, assegurou que o novo Plano Cicloviário “atende tanto os ciclistas que utilizam a bicicleta como meio de transporte quanto para lazer e competição”. “Nunca fomos atendidos como nessa gestão. As ações aqui na Avenida Magalhães Neto foram o primeiro passo, contemplando áreas de treinamento. É um projeto maravilhoso e daqui pra frente, acho que vai melhorar ainda mais”, revelou.