O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, anunciou que o edital do novo leilão de arroz importado será divulgado em um prazo de uma semana a dez dias, após uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O objetivo é corrigir os problemas identificados no leilão anterior, que resultou no cancelamento da compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado.
No anúncio do cancelamento, o governo revelou que a maioria das empresas vencedoras do leilão anterior não tinha capacidade financeira para cumprir os contratos. Para evitar novos problemas, o novo edital contará com a participação da Controladoria-Geral da União (CGU), da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Receita Federal, que analisarão as empresas participantes antes do leilão.
Além dos problemas financeiros das empresas, o leilão anterior foi marcado por um conflito de interesses. O secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, pediu demissão devido a suspeitas de que o diretor de Abastecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thiago dos Santos, responsável pelo leilão, teria sido indicado pelo ex-secretário. A FOCO Corretora de Grãos, principal corretora do leilão, é de propriedade do empresário Robson Almeida de França, ex-assessor parlamentar de Geller na Câmara e sócio de Marcello Geller, filho do secretário, em outras empresas.
O presidente Lula participou da decisão de anular o leilão e realizar um novo, mais transparente e aperfeiçoado. O ministro Paulo Teixeira afirmou que a CGU, AGU e Receita Federal ajudarão na elaboração do novo edital, juntamente com a Conab, para garantir regras mais claras e justas.
A importação de arroz tem como objetivo garantir o abastecimento e estabilizar os preços do produto no mercado interno, que sofreram um aumento médio de 14% e em alguns casos chegaram a 100% após as inundações no Rio Grande do Sul nos meses de abril e maio. O estado é responsável por aproximadamente 70% do arroz consumido no país.
Com informações da Agência Brasil.