Ministro da Educação afirma que greve nas universidades era desnecessária

Por Redação
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O Ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou em entrevista à Agência Brasil nesta segunda-feira (17) que o governo tem mantido diálogo com todas as categorias e que não havia motivo para a greve deflagrada por servidores e professores das universidades federais. Segundo Santana, a expectativa é de que as instituições retomem as atividades nesta semana.

“Acho que não havia motivo. Greve a gente entra quando não há diálogo, quando se chega ao limite da negociação. Vamos lembrar que o governo passado não deu um reajuste. E, no primeiro ano do presidente Lula, ele deu 9% para todos os servidores, mais que o dobro da inflação. A ideia inicial do governo federal era dar 4,5% por ano durante os quatro anos, mas resolveu antecipar os 4,5% de 2024 para 2023, considerando esses anos todos sem reajuste”, afirmou o ministro.

O comando nacional da greve dos professores universitários, ligado ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), informou que a paralisação, iniciada em abril, atinge 64 universidades. Uma nova proposta apresentada pelos ministérios da Educação (MEC) e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos está sendo analisada, e o Andes solicitou que os docentes façam assembleias locais até sexta-feira (21).

Os servidores técnico-administrativos também estão realizando assembleias ao longo desta semana. A greve da categoria afeta 68 universidades, de acordo com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos do Ensino Superior (Fasubra).

A categoria tem manifestado descontentamento com o reajuste zero anunciado para este ano, mas em nota divulgada em seu site, o Andes avalia que a pressão do movimento grevista levou o governo a retomar as negociações e sinalizar alguns avanços. A última proposta apresentada aos professores inclui recomposição parcial do orçamento das universidades e institutos federais, implementação de reajuste de benefícios e aumentos salariais de 9% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026.

O ministro Santana tem ponderado que a greve tem prejudicado os alunos, o país e as universidades, e espera que as atividades sejam retomadas até o final da semana. Ele afirmou que o governo está atendendo às demandas das categorias e que as negociações realizadas recentemente resultaram em vitórias para os servidores.

Em relação ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Santana destacou que as inscrições encerradas na sexta-feira (14) registraram 5.055.699 participantes, mantendo a tendência de crescimento da participação dos estudantes. Ele ressaltou a importância de ampliar os investimentos na educação básica e mencionou o desafio de reduzir as desigualdades educacionais no país.

Considerando os impactos da tragédia climática no Rio Grande do Sul, as inscrições para os estudantes do estado foram estendidas até a próxima sexta-feira (21) a pedido do governo estadual e atendido pelo Ministério da Educação. Santana destacou o crescimento das inscrições de estudantes gaúchos no Enem e a mobilização de recursos para ajudar na recuperação das escolas afetadas.

O ministro participava de um encontro da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em Paris, onde foram discutidos temas relacionados às metas de educação previstas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. Ele enfatizou a importância do financiamento para a educação e defendeu a valorização da educação básica no Brasil.

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