A Justiça Eleitoral condenou o presidente Lula (PT) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato a prefeito de São Paulo, por propaganda eleitoral antecipada devido ao pedido de voto explícito feito pelo petista durante um evento comemorativo do Dia do Trabalho. A decisão foi proferida nesta sexta-feira pelo juiz Paulo Eduardo de Almeida Sorci, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo. Cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP).
O jornal O Globo informa que Lula foi condenado a pagar R$ 20 mil de multa, e Boulos, R$ 15 mil. Durante o evento convocado por centrais sindicatos realizado na NeoQuímica Arena, em 1º de maio, o presidente fez elogios ao deputado, que estava ao seu lado, e pediu que o público votasse nele na eleição municipal de outubro. O petista afirmou que o psolista iria enfrentar “três adversários” no pleito: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
— E, por isso, quero dizer: ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula em 89, 94, 98, 2002, 2006 e 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo — afirmou o presidente.
O Globo destaca que o caso chegou à Justiça após representações feitas pelos partidos Novo, MDB, Progressistas e PSDB. O Ministério Público Eleitoral pediu a condenação.
Para o juiz, é “inquestionável a prática do ilícito eleitoral”. “No discurso é realizado um verdadeiro apelo aos presentes para que votem em Guilherme Boulos para prefeito de São Paulo no pleito vindouro”, afirmou o magistrado na decisão, ressaltando que a situação foi ainda mais grave porque Lula estava no local na condição de presidente da República, “cercado de todo o aparato institucional e guarnecido de suporte público para sua participação”, além de destacar a grande quantidade de pessoas presentes no evento.
Já em relação a Boulos, o magistrado não acolheu os argumentos da defesa do parlamentar, que alegou que ele não tinha como saber o que Lula iria dizer.