O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (21), que o total de sindicalizados no Brasil atingiu o menor patamar desde 2012, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua – Características Adicionais do Mercado de Trabalho 2023. O levantamento revelou que, no último ano, 8,4 milhões de trabalhadores estavam filiados a alguma entidade sindical.
Em 2012, o primeiro estudo sobre esse tema constatou 14,4 milhões de trabalhadores sindicalizados, representando 16,1% do total de pessoas ocupadas na época. No entanto, os dados de 2023 mostram que a sindicalização perdeu quase metade de sua força ao longo de uma década, com apenas 8,4% das pessoas ocupadas possuindo filiação sindical no ano passado.
Desde 2016, a sindicalização vem enfrentando sucessivas quedas, mesmo com a recuperação do mercado de trabalho nos últimos anos. Em 2023, a população ocupada atingiu 100,7 milhões de pessoas, o maior número desde 2012.
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Os pesquisadores do IBGE envolvidos no levantamento consideram que a implementação da última reforma trabalhista, por meio da Lei Federal 13.467/2017, pode ter influenciado a queda no número de associados aos sindicatos, pois a contribuição sindical se tornou opcional e houve um aumento de contratos mais flexíveis. Eles ressaltam a importância de analisar as mudanças na forma de inserção no mercado de trabalho, incluindo alternativas de ocupação que não envolvem carteira assinada e o crescimento da informalidade.
No recorte por atividades, o grupo de transporte, armazenagem e correio foi o setor que apresentou a maior redução na taxa de sindicalização entre 2012 e 2023, seguido pela indústria geral e administração pública. As atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura também registraram queda significativa na sindicalização ao longo do período.
A análise dos dados ainda revelou que, no país, 8,5% dos homens ocupados são filiados a algum sindicato, enquanto essa proporção é de 8,2% entre as mulheres. Em algumas regiões, como o Nordeste e o Sul, a taxa de sindicalização foi maior entre a população ocupada feminina em 2023, contrariando a tendência nacional.
Em conclusão, a sindicalização no Brasil vem enfrentando desafios e reduções significativas, influenciadas por fatores como a reforma trabalhista e mudanças no mercado de trabalho. A análise desses dados é fundamental para compreender as dinâmicas e tendências no cenário sindical do país.