O presidente Lula (PT), que já manifestou sua oposição ao PL Antiaborto, classificou a proposição como “carnificina contra as mulheres” e apoiou as manifestações que vêm ocorrendo no país sobre o assunto.
“O projeto apresentado era uma carnificina contra as mulheres, estava criminalizando a vítima, querendo que a vítima pegasse mais tempo de cadeia do que o estuprador. Felizmente, a sociedade se manifestou. As mulheres precisam sair às ruas, pois não são mais objetos de mesa e cama em lugar nenhum do mundo […] essa discussão imbecil feita por um deputado permitiu que a sociedade se manifestasse”, declarou o mandatário nesta quarta-feira (26).
A proposta, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que equipara o aborto após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio, com pena de até 20 anos de prisão, está em tramitação em caráter de urgência na Câmara dos Deputados, gerando críticas e mobilização dentro e fora da Casa Legislativa. Diante disso, o presidente do Legislativo optou por recuar quanto à análise acelerada do tema.
Ao continuar abordando o assunto, o chefe do Executivo federal ainda afirmou que “os deputados que cometeram esse erro sabem da gravidade do mesmo”.
Para tentar reduzir o desgaste da Câmara em relação ao tema, Lira estima que a votação da matéria deve ser adiada para o segundo semestre e considera a possibilidade de indicar uma relatora de centro, que esteja distante das discussões partidárias entre PT e PL, para analisar a questão.