O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato na Corte, determinou na quarta-feira (20) que trechos da delação do senador Delcídio do Amaral (ex-PT/MS) sejam incluídos no inquérito que investiga suposta formação de quadrilha no esquema de corrupção na Petrobras.
Os depoimentos que serão incluídos no inquérito – que tramita desde março do ano passado no Supremo – contém citações à presidente Dilma Rousseff, ao vice-presidente Michel Temer e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre outras autoridades.
A decisão de Zavascki atende pedido feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e não torna os três formalmente investigados pelo STF. Por ora, segundo o procurador-geral, basta a juntada das informações prestadas por Delcídio. Para Janot, os esclarecimentos do delator “aperfeiçoam o entendimento” sobre o esquema criminoso investigado.
Chamado por investigadores de “quadrilhão”, o inquérito que apura a formação de quadrilha para atuar na Lava Jato tem 39 investigados até o momento, com parlamentares do PP, PT e PMDB, além de operadores do esquema.
Ao pedir a juntada dos depoimentos de Delcídio ao inquérito, a Procuradoria-Geral da República aponta que a delação do senador foi um “inovador acordo” de colaboração premiada. Até agora, as delações faziam parte dos núcleos financeiro, administrativo ou econômico do esquema, mas Delcídio avançou sobre o núcleo político.
De acordo com a PGR, fazem parte do núcleo administrativo que colabora com as investigações o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o ex-gerente executivo da estatal Pedro Brausco. O núcleo econômico tem os executivos Ricardo Pessoa, Eduardo Hermelino Leite e Dalton Avancini. Já o núcleo financeiro contou com delações do doleiro Alberto Youssef e de seu funcionário Rafael Ângulo.