Requalificação do primeiro terreiro beneficiado pelo programa Casa Odara entregue por Bruno Reis

Por Redação
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A requalificação do terreiro Ilê Axé Omim Deua, o primeiro beneficiado pelo programa Casa Odara, que realiza melhorias na infraestrutura física de terreiros de religiões de matriz africana em Salvador, foi entregue pela Prefeitura nesta quarta-feira (3). O projeto-piloto envolve inicialmente 100 espaços, todos cadastrados na Prefeitura, com a meta de alcançar mil terreiros em quatro anos.

Durante a entrega, o prefeito Bruno Reis ressaltou que o Casa Odara foi inspirado no Morar Melhor e afirmou que a conclusão da reforma em um curto espaço de tempo demonstra a eficiência da gestão. Lançado em maio, o programa enfrentou desafios causados pelas chuvas na cidade, mas continuou projetando o futuro e transformando boas ideias em realidade.

Inicialmente previsto para atender a 50 terreiros, o número dobrou por reivindicação do segmento. O prefeito salientou que o terreiro Ilê Axé Omim Deua também receberá o título de propriedade. “Inicialmente, era apenas o tombamento dos terreiros. Agora, aqui na Fazenda Grande IV, já começamos o processo de cadastro de toda a área para conceder o título de propriedade. É a escritura definitiva, a segurança de que o terreiro pertence a vocês para sempre”, declarou.

A equipe do programa Casa Legal, e também do Terreiro Legal, está fazendo o levantamento de toda a área e vamos estender esse trabalho por toda a cidade de Salvador, garantindo o título de propriedade e a segurança definitiva”, acrescentou.

A secretária municipal da Reparação, Ivete Sacramento, enfatizou que a Prefeitura já discutiu e elaborou muitas políticas públicas para a população negra e para as comunidades de terreiros em Salvador. Ela destacou que o prefeito Bruno Reis tem mostrado força e compromisso com as comunidades de terreiros, e que a ação do Casa Odara é um exemplo de coragem e determinação.

Mãe Ligia Maria, líder do terreiro, mencionou que o local não tinha sequer reboco nas paredes. “Eu não tinha nada rebocado, só mesmo levantei o barracão. Eu estou muito feliz. Eles fizeram tudo, rebocaram, fizeram o telhado. Eu não tenho palavras para falar. Tudo que tinha para fazer foi feito”, contou ela, que tem 45 anos de Axé.

Andréa Matos, Iyakekerê do terreiro e filha biológica de Mãe Ligia, expressou sua felicidade com a reforma realizada. Só agradecer à Prefeitura Municipal de Salvador, à coordenação do programa Casa Odara, por essa melhoria, essa reforma, que foi muito importante. Nós estávamos com a nossa casa praticamente nua e crua, e a Prefeitura veio e nos deu essa graça”, afirmou ela, revelando que cerca de 100 pessoas fazem parte do terreiro.

O presidente do Conselho Municipal das Comunidades Negras (CMNC), Evilásio Bouças, destacou a importância do Casa Odara. “Trata-se de uma política pública que surge a partir do Estatuto da Igualdade Racial e da luta da população negra, do movimento negro e dos religiosos de matriz africana. São várias instituições que lutam cotidianamente para melhorar as condições de vida dos jovens de matriz africana e da população negra como um todo, que representa oitenta e três por cento da população de Salvador”, disse.

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