O governo Lula anunciou nesta quarta-feira (03) um total de R$ 400,59 bilhões para médios e grandes produtores rurais pelo Plano Safra. O montante representa um aumento de 10% em relação à cifra do ano passado. Apesar disso, associações do agronegócio avaliam que o valor não é suficiente para compensar o aumento de custos no setor, afetado este ano por fatores climáticos e queda no preço de commodities.
De acordo com o jornal O Globo, o acréscimo de recursos foi um gesto do governo para diminuir as resistências do agronegócio. Na cerimônia de lançamento das diretrizes do programa para os anos de 2024 e 2025, em Brasília, o presidente Lula afirmou que os governos do PT tiveram um Plano Safra “melhor do que aqueles que parecem que gosta de vocês”, em alusão ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que mantinha mais proximidade com empresários do setor.
O Plano Safra é um programa de incentivos do governo federal que envolve financiamento com taxas de juros subsidiadas e políticas de apoio ao agronegócio.
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Segundo a CNA, seriam necessários R$ 570 bilhões em financiamento total — empresarial e familiar — para fazer frente à queda nas margens dos produtores. O montante seria 20% superior ao anunciado. Além disso, a entidade esperava um orçamento de R$ 21 bilhões para os chamados recursos equalizados, usados para reduzir as taxas de juros junto aos bancos, que aumentaram de R$ 13,7 bilhões no ano passado para R$ 16,3 bilhões.
A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) destacou que houve redução nas linhas de financiamento empresarial em programas importantes, sobretudo o de armazenagem, que perdeu R$ 2 bilhões neste novo ciclo. O Brasil enfrenta um gargalo de 124 milhões de toneladas nessa área. Embora o plano “não tenha atendido completamente às expectativas do setor”, disse a entidade, veio dentro do possível.
O agronegócio criticou o Plano Safra de Lula, que disponibilizou R$ 400 bilhões para médios e grandes produtores, afirmando que era necessário um montante mais robusto para suprir as necessidades do setor. Além disso, a redução nas linhas de financiamento empresarial, especialmente no programa de armazenagem, foi apontada como um ponto negativo. A entidade esperava um orçamento maior para os recursos equalizados, utilizados para reduzir as taxas de juros junto aos bancos.
Ainda segundo as associações do agronegócio, o valor disponibilizado pelo governo não foi suficiente para compensar os aumentos de custos enfrentados pelo setor, decorrentes de fatores climáticos e da queda no preço das commodities. Mesmo com o aumento de 10% em relação ao ano anterior, as entidades afirmam que o montante não foi satisfatório para atender às demandas dos produtores.