Não é novidade que o deputado Pastor Sargento Isidório (PDT) adota rompantes que alçam o palhaço Tiririca a mero espectador do circo político brasileiro. O último episódio, protagonizado às vésperas do Dia das Mães, em que o parlamentar autodeclarado ex-gay submete a própria mãe ao constrangimento de brincar com a ‘Santa Cocota’ é simbólico que os excessos do pastor e sargento deixaram de ser caricatos e adotaram uma postura ofensiva contra minorias, principalmente a comunidade LGBT.
Nesta terça-feira (17), em mais uma sessão ordinária, a simples discussão de um projeto de lei que permite a adoção de nomes sociais por transexuais na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (AL-BA) gerou mais espetacularização de Isidório. E, mais uma vez, o vexame em plenário foi acompanhado por olhares de parlamentares que ora observavam como se ali fosse um show de comédia, ora com absoluta incredulidade. Tudo isso após a Comissão da Mulher aprovar uma representação contra o deputado pelo episódio com o vídeo em que a mãe do parlamentar é vítima de brincadeira de mau-gosto de Isidório. O resultado da representação, capitaneada pelas deputadas Fabíola Mansur (PSB) e Luiza Maia (PT), ainda não existe. Questionado sobre o andamento dela na AL-BA, o presidente Marcelo Nilo (PSL) explicou que o documento ainda permanece sob a batuta da Mesa Diretora, que precisa decidir se arquiva a representação ou encaminha para o Conselho de Ética que se assemelha em velocidade de trabalho ao andar do decano que o preside, Reinaldo Braga (PSL).
Isidório já foi reconhecido por trazer um botijão de gás para o plenário e se disse abusado na infância. Atualmente usa o discurso de vítima do sistema para justificar as ações em uma fundação bancada com dinheiro do estado e potencializa sua candidatura à prefeito de Salvador, após ter sido o segundo deputado estadual mais votado nas eleições de 2014. Enquanto comete excessos e é incentivado por companheiros de Casa – especialmente aqueles que tentam desestabilizar a base aliada do governador Rui Costa -, é mais um símbolo da complacência da classe política com aqueles que dela fazem parte. E com direito a possibilidade de ter a representação contra si arquivada: o pastor sargento é 4º vice-presidente, portanto, membro da Mesa Diretora que julga a admissibilidade inicial do documento, após a articulação de Nilo que tinha em Isidório um potencial candidato contra a quarta reeleição consecutiva.
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