O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, afirmou nesta sexta-feira (12) que o uso clandestino da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), investigado pela Polícia Federal (PF) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi uma “deslealdade com a sociedade brasileira”.
Durante sua participação no 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Pacheco acrescentou que, se as acusações forem comprovadas, os responsáveis pelos crimes devem ser considerados “traidores da pátria”.
“Eu espero que o Poder Judiciário e os órgãos de persecução criminal possam esclarecer, garantindo o contraditório, a autodefesa e o devido processo legal para esses investigados, mas que também possam efetivamente punir essas pessoas, pois o que vimos na Abin foi uma deslealdade com a sociedade brasileira”, declarou Pacheco durante a sabatina realizada na capital paulista.
A investigação da Polícia Federal revelou que agentes da Abin, durante o governo de Jair Bolsonaro, utilizaram ferramentas de espionagem adquiridas pelo órgão para monitorar autoridades do Judiciário, do Legislativo e da Receita Federal, além de personalidades públicas como jornalistas.
“O uso clandestino e marginal de informações da Abin para perseguir pessoas foi o que presenciamos. Se for confirmado que isso ocorreu na Abin, a partir das provas do processo, é algo extremamente grave e, de fato, se no passado foram chamados de aloprados, eu considero que são mais traidores da pátria do que aloprados”, enfatizou Pacheco.
O relatório da PF indicou que a estrutura da Abin foi utilizada para beneficiar dois filhos do ex-presidente. Segundo a corporação, agentes envolvidos no monitoramento clandestino buscaram informações sobre investigações relacionadas a Jair Renan e ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A conclusão está no relatório da investigação denominada Abin Paralela, divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) após a retirada do sigilo do inquérito.
Com informações da Agência Brasil.