A Coalizão Negra por Direitos, que reúne mais de 200 entidades, está lançando a campanha “Quilombo nos Parlamentos Eleições 2024”. O evento de lançamento está marcado para a noite desta terça-feira (16) em Brasília. O objetivo da iniciativa é influenciar a disputa eleitoral municipal deste ano, com a intenção de aumentar o número de prefeitos e vereadores negros engajados na luta contra as desigualdades, o racismo e na construção de um projeto democrático para o país.
Fundada no final de 2019 durante um encontro realizado em São Paulo, a Coalizão Negra por Direitos conta com a participação de diferentes associações, organizações não governamentais, coletivos, grupos e instituições. Desde o seu surgimento, a coalizão tem denunciado a desigualdade e a violência contra pessoas negras, realizando manifestações em todo o país.
Segundo Ingrid Farias, da coordenação da Coalizão Negra por Direitos, o lançamento da campanha representa um marco na luta por justiça racial no Brasil. Ao apresentar um manifesto com diretrizes, a Coalizão reafirma o compromisso de ampliar a presença de lideranças negras nos parlamentos municipais, buscando eleger candidatos dedicados ao combate às desigualdades raciais e à promoção da democracia.
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O movimento não apenas promove a participação política de pessoas negras, mas também fortalece agendas essenciais para a transformação social e o avanço democrático do país, como justiça racial, de gênero, climática e econômica.
Durante o lançamento da campanha “Quilombo nos Parlamentos Eleições 2024”, será realizado um debate público sobre o sistema político brasileiro e apresentado um manifesto com os principais focos da Coalizão Negra por Direitos no processo eleitoral.
A Coalizão Negra por Direitos irá mapear e apoiar candidaturas de pessoas negras que estejam alinhadas com diversas agendas, como justiça racial, reparações, justiça de gênero, justiça climática e justiça econômica. A iniciativa terá como foco a vida e o cotidiano das pessoas negras nas cidades e no campo.
Em 2022, 144 candidaturas foram apoiadas em uma campanha semelhante, resultando na eleição de 29 candidatos, correspondendo a 20% do total. Destes, 11 foram eleitos para a Câmara Federal e 18 para diferentes assembleias estaduais.
No ano passado, a Coalizão Negra por Direitos liderou uma ampla campanha, em conjunto com o Instituto de Defesa da População Negra, que defendia a escolha de uma mulher negra para o cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), algo inédito em mais de 130 anos de existência da mais alta corte do país. Na época, havia debates sobre a sucessão de Rosa Weber, que estava prestes a se aposentar. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou Flávio Dino, ex-governador e ex-ministro, para o cargo.
Com informações da Agência Brasil.