Marcelo Nilo cobra demissão de diretor da Embasa por racismo

O ex-deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos) divulgou um vídeo no WhatsApp cobrando do governador Jerônimo Rodrigues (PT) a demissão do diretor de Gestão Corporativa da Embasa, Jazon Ferreira Primo Júnior, sob a acusação de racismo.

“O atual diretor Jazon chamou a funcionária concursada há mais de dez anos, assistente social, e disse: eu quero o cargo seu comissionado porque preciso colocar uma pessoa mais negra do que você na diretoria”, afirmou Nilo. O ex-deputado, que foi presidente da Embasa no governo Waldir Pires, disse também que a servidora estava grávida e perdeu o bebê. Segundo ele, se o governador não tomar uma atitude, “o povo” vai fazer isso na porta da empresa.

O caso ocorreu há cerca de cinco meses. Jazon, que já comandou secretarias municipais em Irecê, na gestão do prefeito Elmo Vaz (PSB), foi formalmente denunciado junto à Ouvidoria Geral do Estado por crime de racismo pela funcionária Vanessa Lago Nery Nunes. Ela foi demitida do cargo comissionado de coordenadora do Comitê de Diversidade, Equidade e Inclusão da empresa.

Vanessa se declarava como “mulher parda, cabelo longo e crespo”. A funcionária denunciou que “a materialização do preconceito e do racismo em que fui submetida por um homem branco, loiro, dos olhos azuis e do cabelo liso resta configurada e é incontroversa”.

Ainda na manifestação, a servidora declarou que “o choque de ser vítima de racismo foi tão grande que tive sangramento e da Embasa fui direto para o hospital e lá tive a minha segunda péssima notícia do dia, a qual, guardo para mim apenas, pela dor que ainda me corrói”.

“Não discuto o cargo, uma vez que este é de livre provimento e que cabe ao gestor montar sua equipe da forma que melhor lhe aprouver. Agora, o que não se pode admitir é o motivo para o ato, ou seja, a motivação foi porque o diretor precisava de uma mulher mais negra do que eu”, disse a servidora.

Jazon, que foi indicado para o cargo na Embasa em 2023 pelo senador Jaques Wagner (PT), negou as acusações e disse que a funcionária não soube lidar com a exoneração.