O governo Lula reconheceu, em nota divulgada na madrugada de hoje, a gravidade das denúncias de assédio sexual supostamente cometido pelo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O Palácio do Planalto afirmou que o caso está sendo tratado com rigor e celeridade.
O governo federal comunicou que Silvio Almeida foi chamado, ainda na noite de quinta (5), para prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias.
Ainda conforme a nota, o próprio ministro informou que irá encaminhar ofício à CGU, ao Ministério da Justiça e à Procuradoria Geral da República para que investiguem o caso. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir de ofício um procedimento de apuração.
Segundo a Folha de S. Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, uma das supostas vítimas, e o ministro Silvio Almeida para uma reunião hoje. A expectativa é que o ministro anuncie a sua saída após o encontro. De acordo com a Folha, a avaliação interna é que a permanência de Almeida se tornou insustentável.
Os supostos casos de assédio sexual realizados pelo ministro vieram à tona na quinta-feira, em matéria divulgada pela coluna Guilherme Amado, do portal Metrópoles.
A organização Me Too Brasil confirmou ter recebido denúncias de assédio sexual contra o ministro. De acordo com a entidade, as vítimas foram atendidas por seus canais e receberam apoio psicológico e jurídico. A organização preservou as supostas vítimas.
A denúncia do suposto assédio sexual de Silvio Almeida contra Anielle Franco já circulava há meses entre outros integrantes do primeiro escalão do governo Lula, segundo a reportagem. Para o portal Metrópoles, pelo menos quatro ministros do governo e auxiliares diretos de Lula relataram que já tinham ouvido relatos do suposto comportamento inapropriado de Silvio contra Anielle.