O deputado Adolfo Menezes (PSD), presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, confirmou em uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (03) que será candidato ao terceiro mandato no comando da Casa. Ele reconheceu que poderá enfrentar problemas judiciais devido à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), mas ressaltou que já conta com os votos assegurados de 62 dos 63 parlamentares, incluindo o seu próprio voto.
Em suas declarações, Adolfo afirmou: “Só desisto se houver algum fator externo. Claro que tenho a consciência de que pode haver judicialização. E isso é uma falha dos nossos legisladores federais, pois caberia ao Congresso Nacional regulamentar esse assunto. Mas, se não houver mudança, eu irei para a reeleição.” Ele se pronunciou durante o tradicional almoço de final de ano, realizado no Salão Nobre da Assembleia.
De acordo com a jurisprudência do STF, os presidentes das Assembleias Legislativas não podem concorrer à reeleição na mesma legislatura, situação que se aplica a Adolfo. No entanto, a Constituição baiana foi alterada no início deste ano para permitir a recondução. Em sua fala aos jornalistas, o presidente admitiu que não possui um parecer jurídico que sustente a defesa da reeleição.
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“Tenho os pés no chão a cada dia. O poder não me mudou e nem vai mudar. Tenho clara consciência de que fui eleito por dois anos e depois reeleito por mais dois anos. Meu mandato está chegando ao fim. No entanto, ao ser cogitado para concorrer novamente, consultei os principais líderes do nosso grupo político e não encontrei impedimentos”, destacou Adolfo Menezes.
O presidente revelou ter conversado com os senadores Otto Alencar (PSD), Angelo Coronel (PSD) e Jaques Wagner (PT), os quais afirmaram não haver acordo para que um dos deputados da base aliada disputasse a presidência da Assembleia na eleição de fevereiro de 2025. Além disso, o governador também teria manifestado apoio à sua candidatura. “As bancadas todas já declararam apoio a mim, com exceção do deputado Hilton Coelho (Psol)”, lembrou.
Em relação à disputa pela primeira vice-presidência da Assembleia, Adolfo destacou a intensidade da competição, principalmente devido à possibilidade de uma decisão judicial que o impeça de concorrer. “Isso é natural. Na política, não há espaço vazio. Todos sabem que uma decisão judicial pode ser tomada. Ninguém é criança”, enfatizou.
Questionado sobre quem seria o seu favorito para a primeira vice-presidência, Adolfo preferiu não comentar. “Isso é uma decisão dos parlamentares, do governo, e a votação é secreta”, ressaltou. O PT tem se articulado para manter o cargo, argumentando a favor da proporcionalidade das bancadas. Atualmente, o substituto imediato do presidente é o deputado petista Zé Raimundo.