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Braga Netto busca informações de delação de Mauro Cid

A prisão do general Walter Braga Netto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) neste sábado (14) foi decretada com base na tentativa dele de obter detalhes da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, para a Polícia Federal em setembro do ano passado. A ação, segundo a Polícia Federal, pode ser caracterizada como obstrução de Justiça e as informações foram prestadas na última audiência de Mauro Cid à PF, em 21 de novembro.

A prisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A investigação apontou que houve contatos de Braga Netto com o pai de Mauro Cid, o general Mauro César Lourena Cid, com o intuito de obter dados sigilosos, controlar o que seria repassado à investigação e manter informados os demais integrantes da organização criminosa, conforme a decisão de Moraes.

Além disso, em 8 de fevereiro deste ano, durante a operação “Tempus Veritatis”, a Polícia Federal encontrou documentos na mesa do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor de Braga Netto, que orientavam perguntas e respostas sobre a delação de Mauro Cid. Segundo a decisão de Moraes, Cid informou à PF sobre as ações do general logo após sua soltura, quando fez a colaboração, e mencionou que tentativas de obter informações foram feitas por Braga Netto e outros intermediários.

Durante a audiência do dia 21, Mauro Cid revelou que o general Braga Netto repassou dinheiro diretamente ao então Major Rafael de Oliveira em uma sacola de vinho para financiar as ações de forças especiais. A PF confirmou a compra de celulares e carregamentos de chips com pagamentos em espécie em um estabelecimento em Brasília.

Com base nas informações da Agência Brasil, a decretação da prisão do general Walter Braga Netto pelo STF evidencia a gravidade das acusações de obstrução de Justiça e financiamento de ações ilegais. A investigação liderada pelo ministro Alexandre de Moraes aponta para a existência de uma organização criminosa que tentou interferir em processos legais e obter vantagens indevidas. A prisão do general demonstra que as instituições brasileiras estão comprometidas em combater a corrupção e garantir a aplicação da justiça.

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