O prefeito Bruno Reis (União) deu início aos trabalhos da Câmara Municipal de Salvador nesta segunda-feira (03), às 14h, ao ler a mensagem ao Legislativo, sem ter chegado a um acordo com o presidente da Casa, vereador Carlos Muniz (PSDB), sobre o espaço dos tucanos no segundo governo. Apesar das conversas terem ocorrido até mesmo no final de semana, não houve consenso, o que contribuiu para elevar a tensão entre o chefe do Executivo municipal e um dos principais aliados, que tem poder suficiente para dificultar a tramitação de projetos da Prefeitura.
O PSDB reivindica o comando da Secretaria Municipal de Educação (Smed), e as negociações, como já foi revelado pelo Toda Bahia, se tornaram o maior impasse da reforma administrativa do prefeito (clique aqui para ler). Bruno Reis trabalha para manter no comando da pasta Thiago Dantas, aliado do antecessor ACM Neto (União). Os tucanos desejam indicar para o posto o atual titular da Secretaria Municipal de Gestão (Semge), Rodrigo Alves, ligado ao deputado federal Adolfo Viana (PSDB).
Os tucanos cobram do prefeito o cumprimento do acordo firmado antes das eleições de 2024 no qual teria ficado definido que a Smed voltaria a ser capitaneada pelo PSDB, como ocorria até o início de 2023. Bruno Reis, que nunca negou que havia esse entendimento, estaria tentando convencer Carlos Muniz e Adolfo Viana a aceitarem o comando da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), além da manutenção da Semge, o que é descartado pelo presidente da Câmara.
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Procurado hoje pelo site, Carlos Muniz, que retornou de uma longa viagem ao exterior na sexta-feira (31), confirmou que ainda não há uma definição sobre o espaço do PSDB na gestão. “O partido segue conversando com o prefeito em busca de uma definição. Não estou muito preocupado com isso. Estou dando andamento aos assuntos da Câmara”, disse o edil.
Entre os “assuntos da Câmara” está a formação das comissões temáticas para a nova legislatura, que devem ser instaladas até a terceira sessão ordinária. Bruno Reis tem interesse em manter aliados no comando dos colegiados de Constituição e Justiça e Finanças e Orçamento, mas quem tem o poder de decisão é Carlos Muniz.
Para a Comissão de Constituição e Justiça, por exemplo, por onde passam todos os projetos que tramitam na Câmara, o prefeito deseja que o presidente seja o vereador Duda Sanches (União), o que não deve ocorrer. Muniz deve colocar no comando do colegiado alguém próximo a ele.
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