Recentemente, os brasileiros têm enfrentado um aumento significativo no preço dos ovos de galinha, levando o presidente Lula a manifestar a intenção de dialogar com empresários do setor em busca de soluções que possibilitem a redução desse alimento essencial. Durante uma entrevista por videoconferência à Rádio Tupi FM, no Rio de Janeiro, Lula destacou que vários fatores, além das dinâmicas de mercado, estão por trás desse aumento, incluindo condições climáticas adversas.
O presidente lembrou que o Brasil atravessou um período marcado por extremas condições meteorológicas, incluindo um calor recorde, incêndios florestais e chuvas intensas, especialmente no estado do Rio Grande do Sul. Essas variáveis climáticas, de acordo com Lula, têm impactos diretos na formação de preços de produtos agrícolas, incluindo os ovos. Ele também mencionou que a greve do setor avícola nos EUA e em outros países resultou na demanda internacional por ovos brasileiros, o que, por sua vez, influencia ainda mais os preços no mercado interno.
“Não podemos esquecer que o ovo, embora esteja caro, é um produto que deve ser acessível a todos os brasileiros. Precisamos nos reunir com atacadistas e discutir maneiras de reduzir esses preços. O fato de o produto ser vendido em dólar, que está alto, não justifica que o preço cobrado no Brasil seja igual ao preço de exportação”, afirmou Lula.
A alta significativa no preço dos ovos foi confirmada pela Associação Brasileira de Proteína Animal, que classificou essa situação como sazonal, comum durante o período da quaresma, quando muitas famílias optam por substituir a carne vermelha por ovos. A entidade também apontou que o aumento nos custos de produção, especialmente relacionado ao milho, e as temperaturas elevadas impactaram negativamente a produtividade das aves.
Os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo, corroboram a tendência de alta nos preços. Por outro lado, Lula expressou otimismo em relação à carne bovina, que já apresenta uma tendência de queda nos preços. “A carne começou a cair. É certo que os preços vão continuar a baixar, e o povo poderá voltar a desfrutar de cortes como picanha e costela”, acrescentou o presidente.
Durante a entrevista, Lula reiterou que a intenção do governo é baixar os preços de todos os alimentos. Ele mencionou a reforma tributária, que isentou a cesta básica de impostos, visando tornar os produtos alimentícios mais acessíveis à população. “Embora a situação atual seja desafiadora e não se possa esperar resultados imediatos, estamos trabalhando para que os preços se tornem mais acessíveis para todos”, finalizou.
Em janeiro deste ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma variação de apenas 0,16%, o menor índice para um mês de janeiro em 30 anos. Contudo, o grupo de alimentação e bebidas teve um aumento de 0,96%, impulsionado pelas altas de cenoura, tomate e café.
Com informações da Agência Brasil.