Deputados do PT e de legendas que apoiam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva consideram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 indivíduos como extremamente grave. Os crimes imputados incluem tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (19), os parlamentares também se manifestaram contra a possibilidade de conceder anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023.
O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), expressou que as informações reveladas são estarrecedoras e impactam profundamente o país. “Ninguém aqui está comemorando a denúncia contra o ex-presidente. Ele será julgado e, esperamos, condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Os fatos apresentados são gravíssimos e marcam uma das páginas mais tristes da nossa história”, afirmou.
Lindbergh enfatizou a necessidade de se buscar justiça para todos os que participaram dos crimes mencionados na denúncia. “O Brasil precisa enfrentar essa realidade. O que ocorreu é extremamente sério, relacionado à democracia e ao fortalecimento de nossas instituições”, acrescentou.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), reiterou que o partido defende a observância do devido processo legal para os implicados. “O lugar dessas pessoas é no banco dos réus, e é exatamente lá que elas estarão. Isso se deve ao fato de Bolsonaro não ter sido reeleito presidente; caso contrário, não teríamos garantias de um devido processo legal em nosso país”, observou.
Gleisi também ressaltou que a denúncia deixa evidente que a intenção do ex-presidente era evitar a posse de Lula na presidência do Brasil. “Bolsonaro sabia que, para derrotar Lula, era necessário também desmantelar o processo eleitoral e o Estado democrático de direito, ou seja, a própria democracia”, analisou.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que fez parte da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os eventos de 8 de janeiro, lembrou que, pela primeira vez no Brasil, golpistas poderão ser punidos. “Os remanescentes dos torturadores da ditadura militar tentaram perpetrar um novo golpe”, destacou. As informações foram fornecidas pela Agência Brasil.