Mulheres representam apenas 30% dos cargos nos principais partidos nacionais

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Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que as mulheres compõem, em média, apenas 30% dos membros dos órgãos nacionais dos partidos com as maiores bancadas na Câmara dos Deputados. Esse número alarmante destaca a persistente desigualdade de gênero no cenário político brasileiro.

Além da sub-representação numérica, as mulheres enfrentam barreiras significativas para ascender a posições de liderança nas estruturas partidárias, frequentemente ocupando cargos com menor poder de decisão. Essa realidade foi corroborada por especialistas consultados pela Folha de S.Paulo, que apontam que o padrão se repete em diversas legislaturas, evidenciando um problema estrutural que limita a participação feminina na política.

As especialistas observam que as mulheres geralmente conseguem atingir posições de destaque apenas em contextos de maior risco de fracasso ou em partidos menores, onde a concorrência interna é reduzida. Essa dinâmica ressalta a necessidade de reformas que promovam a equidade de gênero e incentivem a participação ativa das mulheres em todas as esferas de decisão política.

Uma análise detalhada dos dados do Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias (SGIP) do TSE indica que, entre os dez partidos com maior representação na Câmara dos Deputados—incluindo o PL, o PT, o União Brasil, o PP, o MDB, o PSD, os Republicanos, o PDT, o PSB e o PSDB—as mulheres representam apenas 30% dos integrantes dos órgãos nacionais definitivos, excluindo as federações partidárias da análise.

Esse percentual é ainda mais alarmante quando comparado à presença feminina na sociedade brasileira. Atualmente, as mulheres representam 52% da população, constituem 53% do eleitorado e têm uma participação de 46% entre os filiados a partidos políticos, segundo dados do TSE. Esse descompasso entre a representatividade na política e a participação na sociedade evidencia a necessidade urgente de ações afirmativas que promovam a inclusão feminina na política.

Com o intuito de mudar essa realidade, diversas iniciativas têm sido sugeridas, incluindo a implementação de cotas de gênero nos partidos e o fortalecimento de políticas que incentivem a participação de mulheres em cargos de liderança. A sociedade civil, os partidos políticos e as instituições precisam trabalhar em conjunto para que a voz das mulheres seja verdadeiramente ouvida e respeitada dentro da política brasileira.

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