O ex-ministro da Cidadania e atual presidente estadual do PL, João Roma, trouxe à tona uma grave denúncia nesta quarta-feira (19) sobre a atuação do crime organizado nas invasões de propriedades no Extremo Sul da Bahia. Durante uma entrevista à Rádio Morena FM, de Itabuna, Roma enfatizou que o problema vai além das questões agrárias ou demarcações de terras indígenas, tratando-se de uma nova estratégia criminosa que manipula a população local com o intuito de apropriar-se de propriedades privadas.
“Este não é um debate acerca de demarcação de terras. O crime organizado está utilizando essas pessoas como pawns para explorar mecanismos legais e criar o caos na segurança pública da Bahia. A verdadeira intenção deles consiste em mirar nos ativos do agronegócio. O crime organizado está em busca de novos nichos para se expandir”, declarou Roma. Ele ainda relatou que, na terça-feira (18), acompanhou a deputada Roberta Roma e o deputado Evair de Melo (ES) em uma denúncia formal na Câmara dos Deputados, ressaltando a gravidade da situação.
O ex-ministro reforçou que, embora as bandeiras da reforma agrária e da demarcação de terras indígenas sejam pautas legítimas, elas estão sendo apropriadas por criminosos, o que gera uma insegurança jurídica alarmante na região. “O crime organizado está se infiltrando nessas causas justas, ampliando a insegurança frente à ineficácia do governo para combatê-lo”, afirmou Roma, na qualidade de presidente do PL na Bahia.
Além disso, João Roma destacou que a resistência às invasões não provém apenas dos produtores rurais, mas também dos trabalhadores da região. “Esse trabalho é fundamental para proporcionar às pessoas a chance de mudar de vida”, afirmou o ex-ministro. Ele acrescentou: “Quando a insegurança se estabelece, todos saem perdendo. A população se revolta ao perceber o avanço do crime organizado enquanto o Estado permanece omisso”.
Por fim, João Roma anunciou que foi solicitada uma audiência com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para discutir o envio da Força Nacional ao Extremo Sul da Bahia. Além disso, ele cobrou uma atuação enérgica da Polícia Federal para investigar se as invasões estão sendo orquestradas por indígenas ou por grupos que os manipulam, reforçando a necessidade de uma resposta rápida e eficaz por parte das autoridades competentes.