O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) protocolou, na quinta-feira (20), um pedido de licença de seu mandato na Câmara dos Deputados. O afastamento do parlamentar terá duração de 122 dias, o que representa aproximadamente quatro meses.
Com esse afastamento que se estende por mais de 120 dias, a cadeira ocupada pelo filho do ex-presidente Jair Bolsonaro será preenchida pelo segundo suplente de sua sigla, Missionário José Olímpio. O suplente obteve 61 mil votos nas eleições passadas, destacando-se no estado de São Paulo.
Durante o período em que estiver licenciado, Eduardo Bolsonaro não receberá o salário mensal de R$ 46 mil, que é creditado pela Casa Legislativa. Essa decisão foi divulgada pelo deputado através de suas redes sociais no início da semana, onde ele informou que se afastaria do Legislativo para permanecer nos Estados Unidos. Essa escolha remete à decisão de seu pai, Jair Bolsonaro, que também optou por se afastar do Brasil após as eleições de 2022.
O pedido de licença ocorre em um momento delicado para a família Bolsonaro. Isso porque, na próxima quinta-feira, dia 25, o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrentará um julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é acusado de suposta participação nos atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, o que aumenta a tensão em torno das atividades políticas do clã.
O parlamentar, conhecido por suas opiniões polêmicas e apoio incondicional ao pai, também busca um tempo para se dedicar a questões pessoais e estratégicas durante esse afastamento. A decisão de se licenciar do cargo, embora não muito comum entre os deputados, foi tomada em um contexto que reflete a pressão política e o clima de instabilidade enfrentado pela família Bolsonaro.
Com o segundo suplente ocupando sua vaga, a base do PL na Câmara dos Deputados se verá diante de uma nova dinâmica, uma vez que Missionário José Olímpio trará sua própria perspectiva e prioridades para a atuação parlamentar. Essa mudança de representantes pode influenciar a articulação política do partido, especialmente em um momento crucial como este.
O futuro de Eduardo Bolsonaro na política, assim como o de seu pai, permanece incerto, e ambos terão de lidar com as repercussões de seus atos e decisões nos próximos meses. A expectativa agora se concentra não apenas no julgamento de Jair Bolsonaro, mas também nas possíveis consequências para a carreira de Eduardo e sua atuação enquanto estiver ausente da Câmara.