O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) continua sua greve de fome enquanto aguarda a votação de seu processo de cassação no plenário da Câmara dos Deputados. Na última madrugada, ele assistiu a um episódio da série Black Mirror, uma antologia distópica que explora os aspectos sombrios do avanço tecnológico. A série, amplamente reconhecida por suas críticas sociais, lançou sua sétima temporada na última quinta-feira, pela plataforma de streaming Netflix.
Segundo informações fornecidas pela equipe de Braga, o parlamentar permanece em jejum e se limita a ingerir apenas líquidos. Em uma nota divulgada no sábado (12), seus assessores relataram que ele já está há 84 horas sem se alimentar. O deputado tem recebido visitas na Câmara, onde também tem passado as noites e os dias, em meio à expectativa sobre o desfecho de sua situação política.
Na quarta-feira (9), o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados aprovou a cassação do mandato de Glauber Braga. A decisão foi tomada em decorrência de incidentes em que ele agrediu um militante do MBL durante um evento, em abril do ano passado. O relatório, elaborado pelo deputado baiano Paulo Magalhães (PSD), recebeu o apoio de 13 membros do colegiado, enquanto apenas cinco se opuseram à medida. Para o Conselho, as ações de Braga foram consideradas uma quebra de decoro parlamentar.
Ainda que a cassação tenha sido aprovada no Conselho de Ética, o processo não está encerrado. O pedido de cassação do mandato de Glauber Braga será submetido à votação no plenário da Câmara, onde todos os deputados poderão se manifestar. Esse desfecho é aguardado com grande expectativa, pois determinará o futuro político do parlamentar, que tem sido uma figura polêmica em sua atuação no Congresso.
Enquanto isso, Glauber Braga mantém sua posição firme, utilizando a greve de fome como um meio de protesto e chamando a atenção para sua situação. O deputado busca não apenas a sua defesa pessoal, mas também levantar questões sobre o processo político e a ética dentro da Câmara. Seu ato de resistência tem gerado debates intensos sobre a moralidade e a responsabilidade dos representantes eleitos, refletindo um cenário em que a política brasileira enfrenta desafios significativos.