O presidente nacional do Progressistas (PP), Ciro Nogueira, declarou que a federação entre seu partido e o União Brasil está “praticamente consolidada”. Em uma entrevista concedida à revista Veja, o senador enfatizou que essa união pode se tornar uma das maiores forças no Congresso Nacional.
“Essa federação vai se transformar em uma bússola para nos orientar, de maneira que possamos discutir efetivamente as pautas importantes para o país e, assim, conseguir virar a página das questões que não trazem benefícios ao povo brasileiro”, afirmou Ciro.
Apesar do otimismo demonstrado pelo líder do PP, dificuldades internas ainda impedem o avanço da federação, com entraves registrados em pelo menos 13 estados. A Bahia, em especial, se destaca nesse cenário, pois a maioria da bancada do PP no estado faz parte da base do governo estadual, sob a liderança de Jerônimo Rodrigues (PT).
Figuras influentes dentro do PP, como o deputado federal João Leão e o secretário municipal de Governo da Prefeitura de Salvador, Cacá Leão, já manifestaram apoio à junção. No entanto, o atual presidente estadual da legenda, deputado Mário Negromonte Jr., mantém uma posição contrária à aliança, intensificando a disputa interna.
As negociações entre o PP e o União Brasil devem entrar em uma fase decisiva logo após o feriado de Páscoa. Dirigentes de ambas as siglas esperam conquistar avanços concretos a partir da terça-feira, dia 22. Caso não haja progresso nas tratativas, fontes próximas ao processo admitem que a federação poderá sofrer retrocessos.
Se a aliança for efetivada, ela irá formar a maior bancada do Congresso, somando 108 deputados e 13 senadores, além de contar com um fundo eleitoral que deve ultrapassar R$ 1 bilhão nas próximas eleições.
“Eu sou um defensor dessa agregação de partidos, e a federação pode ser uma solução positiva. Esse movimento é inevitável: é benéfico para a democracia, para a atuação no Congresso Nacional e para quem governa”, ressaltou ACM Neto, vice-presidente do União Brasil, em entrevista à Folha de São Paulo.