A jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é alvo de uma segunda frente de investigações pela força-tarefa da Lava-Jato, por movimentações financeiras efetuadas no Brasil. Restam dúvidas sobre a origem dos recursos que permitiram pagamentos que somam R$ 1,5 milhão, em gastos com quatro cartões de crédito entre 2010 e 2015. Técnicos da Receita Federal informaram, no laudo em que analisaram o Imposto de Renda da jornalista, que nem todos os recursos usados para pagar as faturas saíram de suas contas pessoais, especialmente nos anos de 2014 e 2015.
A mulher de Cunha vai depor nesta quarta-feira ao juiz Sérgio Moro na ação em que é ré por lavagem de dinheiro, caso que trata das despesas feitas pela jornalista no exterior e de sua conta na Suíça. O depoimento não trata da movimentação financeira no Brasil.
O inquérito que apura a origem do dinheiro que abastece o cartão de crédito de Cláudia Cruz no Brasil está sob sigilo de Justiça. A investigação também trata de um empréstimo de Francisco Oliveira da Silva, no valor de R$ 250 mil, que teria sido feito para Cláudia Cruz em 2008 e ainda não foi pago. Em depoimento, a jornalista disse desconhecer a operação.
Aos procuradores de Curitiba, em abril passado, ela afirmou ter prestado serviços esporádicos apenas para empresas. Porém, a declaração de Imposto de Renda inclui também recebimentos atribuídos a pessoas físicas. A declaração de Imposto de Renda, referente ao ano de 2013, havia sido apresentada normalmente em 2014 e informava o recebimento de R$ 100 mil de pessoas físicas, pagos em cinco parcelas de R$ 20 mil. Em novembro de 2015, porém, após a denúncia contra Cunha feita ao Supremo Tribunal Federal (STF), foi feita uma retificação, e o valor de pessoas físicas passou para R$ 400 mil.
Fonte: O Globo