Os vereadores de Salvador Luiz Carlos Suíca e Moisés Rocha, ambos do PT, entraram com recursos na Executiva Estadual do partido contra a decisão de expulsão do diretório na espera municipal. Nesta terça-feira (31), em votação apertada, a direção deliberou pela expulsão dos edis petistas. Conforme os políticos, a decisão já encontra resistências no partido, principalmente de militantes e representantes de movimentos populares, sindicais e membros dos diretórios municipal e estadual.
“Esse é o único partido que entrei, que ajudei a fundar e estou nele até hoje, depois de 33 anos. Quero continuar na sigla, e vou brigar para seguir no PT. Tanto eu quanto Moisés, vamos sim lutar para continuar representando nossas bases”, salienta Suíca. Já foi protocolado um recurso na Executiva Estadual do PT contra a expulsão de ambos os petistas como tentativa para reverter o quadro decidido no diretório municipal.
“Há erros de todas as partes. Não existe uma relação e um diálogo favorável com a bancada de vereadores com a direção municipal do PT, e isso não é novidade para ninguém. Nossa proposta é fazer uma nova repactuação e elevar o nome do partido, representando as bases trabalhadores e debatendo a cidade”, completa Suíca.
PT municipal erra ao expulsar vereadores, diz Valmir Assunção
O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) se manifestou, na noite desta terça-feira (31), para defender os vereadores de Salvador Luiz Carlos Suíca e Moisés Rocha, expulsos pelo diretório municipal do Partido dos Trabalhadores. Assunção considera a decisão um erro e diz que ambos os edis devem reverter a situação em outras instâncias. “Os vereadores não foram ouvidos durante o processo de votação da Câmara e a bancada decidiu. A decisão sobre a expulsão praticamente dividiu ao meio a direção partidária, o que, por si só, já demonstra sua fragilidade. O processo também foi conturbado sendo que um membro da executiva estadual do partido sequer pôde falar durante a discussão. O diretório estadual com certeza irá reparar este equívoco cometido”, salienta Valmir.
Suíca e Moisés entraram com recursos na Executiva Estadual do partido contra a decisão de expulsão do diretório municipal de Salvador. Para Valmir, a posição do PT municipal foi unilateral, “diante do atual cenário político não se pode deixar de ouvir a defesa de ambos os edis”. Considerado o deputado que mais votou contra o governo de Michel Temer (PMDB), Assunção defende a permanência dos dois petistas. “Foram os trabalhadores em limpeza pública que deram quase 10 mil votos a Suíca e ao PT, foram os trabalhadores, os sindicalistas que deram quase 6 mil votos a Moisés, e eles estão vendo o partido – que confiaram suas lideranças – simplesmente expulsar, o que estes setores vão achar do PT? Em um momento de extrema fragilidade política que o partido enfrenta, a decisão é um erro”.
Valmir ainda lembra que a bancada do PT na Câmara Federal decidiu, por meio de diálogo, não votar em candidatura para a presidência da Casa de parlamentar envolvido no impedimento da presidente Dilma Rousseff. “Ajudei internamente a construir o apoio por consenso em torno de André Figueiredo, do PDT, para a Câmara dos Deputados, e tenho essa firmeza ideológica. Não estou discutindo o mérito dos votos, mas a essência do PT, por isso um partido que defende a democracia não pode tomar uma posição unilateral à expulsão e ir ao extremo sem dialogar, sem ouvir. Atropelou só por ter maioria simples”, sintetiza Assunção.