Deputadas não pretendem desistir de representação contra Isidório

Por Redação
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As deputadas estaduais não estão dispostas a deixar para deixar para trás a representação apresentada em maio do ano passado contra o colega Pastor Sargento Isidório (PDT), por quebra de decoro parlamentar. Proposto pela Comissão das Mulheres da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o documento se baseia em um vídeo publicado pelo pastor em redes sociais no qual ele “cheira” a vagina da própria mãe e a agradece por não ser “sapatona”. Presidente do colegiado na época da representação, Fabíola Mansur (PSB) avalia que, apesar de nove meses terem passado sem que a representação sequer tenha deixado a Mesa Diretora, a situação ainda merece atenção. “Os fatos ainda estão presentes e as provas foram encaminhadas. A gente realmente espera que possa, já que se passou as turbulências da eleição da Mesa Diretora e do recesso parlamentar, que toda e qualquer representação possa ser efetivamente analisada. Afinal de contas, regimentalmente, é de obrigação da Casa analisar as representações para saber se podem ser recepcionadas e pode seguir para a Comissão de Ética ou não”, defendeu. A socialista sugeriu que não vai deixar o assunto de lado e que, como suplente da Mesa, poderá acompanhar de perto o caso.

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“O presidente Ângelo Coronel (PSD) está fazendo as mudanças que imprimem a marca de sua gestão. A gente vai dar esse tempo para essas mudanças e voltar efetivamente com as cobranças para a Mesa Diretora sobre essa representação”, garantiu. Indicada como nova presidente da Comissão das Mulheres – apesar de ainda depender de uma eleição interna para chegar ao cargo –, Luiza Maia (PT) também defendeu que o caso siga para o Conselho de Ética. “Eu acho que deve dar continuidade, porque um parlamentar ter uma postura daquelas deixou muitas pessoas indignadas. Foi um desrespeito. Depois ele fez um outro vídeo [em que ‘cheira’ vaginas] com um monte de mulheres.
Não vi nada de respeito ali ao papel da mulher”, criticou. Maia evitou falar como presidente do colegiado, mas como parlamentar acredita que seja necessário que haja algum tipo de sanção a Isidório, não só por causa dos vídeos. “A postura que ele tem na AL-BA, não só sobre as mulheres como com o público LGBT, é sempre de desvalorização, de chacota, de galhofa… é muito desrespeitosa. Cada um tem direito de ter sua opinião, mas tem que respeitar a diversidade, está na Constituição. Principalmente por ocupar um cargo público ele deve respeitar nossa sociedade. Não pode continuar assim, porque desqualifica o próprio Parlamento”, avaliou. “Eu acho bom manter até porque ele tem que superar essas coisas. A Casa tem que dar continuidade para que ele seja punido, até para poder dar o exemplo”, completou.
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