Depois de mais de quatro horas de buscas, policiais federais deixaram o gabinete 307 do edifício Wilson Lins, na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), em Salvador, com um malote com documentos apreendidos no local. Na sala, funciona o escritório do deputado estadual Marcelo Nilo, que já foi presidente da Casa.
Seis agentes participaram da ação, que foi acompanhada por um policial militar e uma funcionária da Casa como testemunhas. Há informações, ainda não confirmadas, de que Nilo acompanhou as buscas dentro do gabinete, mas os assessores dele foram impedidos de entrar no local.
Deputados não foram vistos circulando na AL-BA durante o cumprimento do mandado da Operação Opinião.
ém da ação na AL-BA, os agentes federais também fizeram buscas na casa do deputado, no condomínio Villaggio Panamby, no Horto Florestal, um bairro nobre de Salvador.
Nilo é investigado por supostamente cometer crime de falsidade eleitoral envolvendo a empresa Bahia Pesquisa e Estatística LTDA (Babesp), conhecida como “DataNilo”, que é apontada como de propriedade de Nilo. De acordo com o Ministério Público Eleitoral (MPE), que integra a ação, o político teria prestado informação falsa à Justiça Eleitoral ao afirmar que não seria dono da Babesp.
De acordo com as investigações, há indícios de que o deputado é o controlador da empresa, que seria utilizada para contabilizar recursos usados de forma ilegal em campanhas políticas por meio de “caixa 2”. A PF e MPE também suspeitam de manipulação no resultado de pesquisas eleitorais divulgadas pela empresa.
Outros alvos
Além dos endereços ligados a Nilo, a PF também cumpriu mandados de buscas na casa do genro do deputado, Marcelo Dantas Veiga, e do sócio da Babesp Roberto Pereira Matos. Outro alvo foi um imóvel na avenida Cardeal da Silva, na Federação, onde mora uma pessoa ligada a Nilo.
Os policiais ainda fizeram buscas na Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz), no Centro Administrativo da Bahia, e na sede da empresa Leiaute Comunicação, na avenida Tancredo Neves.
No total, são cumpridos sete mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Região Eleitoral da Bahia (TRE-BA), com base em representação da Procuradoria Regional Eleitoral da Bahia (PRE-BA).
A Sefaz informou, por meio de nota, que não é alvo da operação da PF. De acordo com o órgão, o foco dos agentes federais é um técnico administrativo do órgão, que, segundo a assessoria da Sefaz, não ocupa cargo de confiança ou diretoria. O órgão informa que está colaborando com as investigações.
A expectativa é que o deputado se pronuncie nesta tarde na Assembleia.
A Leiaute também foi procurada, mas a reportagem não conseguiu contato por meio do telefone da empresa.
Com informações do A Tarde