presidente da República, Michel Temer, tem aproveitado o recesso parlamentar para investir em participações em programas de TV comandados por apresentadores tradicionais. Na manhã desta quinta-feira, ele viajou para São Paulo, onde grava programa do Sílvio Santos e do Ratinho, ambos no SBT.
Além disso, também tem tentado uma aproximação com a bancada evangélica no Congresso. Somente esta semana, Temer já se reuniu com três líderes religiosos. Na segunda-feira (15), recebeu o apóstolo Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus, no Palácio do Planalto. Na terça (16), foi a vez de José Wellington, da Assembleia de Deus em São Paulo, um dos pastores mais influentes do país.
Ontem (17), a investida continuou e o presidente teve encontro com o fundador e líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, uma das maiores do país, R. R. Soares, que é também um dos fundadores da Igreja Universal, junto com Edir Macedo.
Já no que se refere aos contatos com figuras conhecidas dos brasileiros, por seus papéis no mundo televisivo, Temer também concedeu entrevista ao jornalista Amaury Jr, no Palácio da Alvorada, na terça.
De acordo com aliados do presidente, a estratégia visa, além de aumentar a popularidade de Temer, engrossar o apoio à reforma da Previdência. De acordo com informações de O Globo, o apoio dos religiosos é visto como essencial, uma vez que a bancada evangélica no Congresso é composta por cerca de 80 deputados e 4 senadores.
Toda estratégia está sendo tocada pelo ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. "O presidente está conversando com lideranças a nível de Brasil. Estamos fazendo vários tipos de diálogo. Nós entendemos que um fator que ainda inibe algumas decisões de votos favoráveis é a justa preocupação com a questão eleitoral", disse Marun.
O mesmo raciocínio é defendido pelo vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP). Um dos responsáveis pela contabilidade dos apoios à proposta, o deputado afirma que as lideranças de setores importantes são grandes influenciadoras na tomada de decisão dos parlamentares.