Uma ferramenta jornalística desenvolvida pela Repórter Brasil, chamada Ruralômetro, mede a atuação das bancadas na Câmara dos Deputados em relação à agenda socioambiental e ao apoio às pautas da bancada ruralista. E o PSOL, conforme o levantamento, é o partido melhor avaliado nas votações de propostas relacionadas ao meio ambiente, com forte atuação contra os interesses do agronegócio.
Segundo o levantamento, que considerou 14 votações nominais e 131 projetos de lei nessa área, pelo menos 313 deputados federais, ou 61% da Câmara, votam e elaboram projetos que têm impacto negativo para o meio ambiente, povos indígenas e trabalhadores do campo.
A Repórter Brasil convidou oito organizações do setor socioambiental para medir se os projetos e proposições teriam impacto negativo ou positivo, analisando o mérito desses projetos. Cada deputado foi pontuado dentro de uma escala equivalente ao que seria a temperatura corporal: de 36⁰C a 42⁰C. Quanto pior avaliado, mais alta a sua temperatura – podendo atingir níveis de febre.
Entre os mais aliados aos interesses do agronegócio, figuram ministros, ex-ministros e pré-candidatos a cargos eletivos. O MDB de Michel Temer, PEN, PHS, PSL são os partidos com o maior número de deputados “febris”, segundo o Ruralômetro.
Mas quando a análise é separadamente, é do PSDB o deputado com a temperatura mais alta: Nilson Leitão (MT), com febre de 42⁰C. O parlamentar de Mato Grosso é autor de oito projetos de lei desfavoráveis ao meio ambiente, povos indígenas e trabalhadores rurais. Entre eles, está o absurdo projeto de lei 6442/2016, que permite o pagamento de trabalhadores rurais com comida e moradia.
O principal porta-voz da bancada conservadora, deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem 38,7⁰C. Já a cúpula do governo de Michel Temer conta com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS), que aparece com 40°C, e com o ministro dos Esportes, Leonardo Picciani (MDB-RJ), com 40,2°C, entre os que mais votam contra a agenda socioambiental.
O PSOL, que tem atuado sempre ao lado dos povos indígenas e quilombolas e dos trabalhadores rurais e em defesa da preservação ambiental, tem os deputados com a temperatura mais baixa, sem nenhuma febre, segundo a ferramenta jornalística.