Cerca de 20% do eleitorado de Salvador, aproximadamente 400 mil pessoas, deixaram de fazer o recadastramento biométrico, cujo prazo se encerrou à meia-noite de quarta-feira, 31. Apesar de o serviço estar disponível para a população desde novembro de 2016, verificou-se, em Salvador, uma corrida aos postos espalhados pela cidade no mês passado. Até dezembro, 60% haviam se recadastrado. O prazo foi encerado com mais de 3,6 milhões de eleitores biometrizados no Estado.
Nessa última semana de recadastramento, uma multidão se aglomerou em frente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no Centro Administrativo da Bahia, na capital, formando longas filas, que ultrapassavam um quilômetro. Houve quem passasse mais de 10 horas em pé aguardando pelo atendimento.
Muita gente precisou passar a madrugada no local, gerando críticas quanto à forma como o atendimento vinha sendo realizado nessa reta final. Em alguns pontos houve confusão e denúncia de venda de lugar, sendo necessária intervenção policial.
Entre os descontentes estava a bioquímica Carlane Menezes, de 42 anos. “Faltou mais comunicação. Se tivesse sabido desde o início não teria passado o transtorno que enfrentei desde o mês de agosto tentando um agendamento sem conseguir, de ouvir falar de novas vagas e no segundo seguinte você buscar no site do TRE e não encontrar nada. Demorei muito para conseguir agendar. Fiquei indignada”, reclamou.
Na tentativa de dar conta da grande demanda, o tribunal criou um turno extra de trabalho durante a madrugada. Ainda assim, muitas pessoas ficaram sem fazer o recadastramento biométrico, que ocorreu em 51 municípios baianos.
Devido à grande procura, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Bahia, entrou com pedido de prorrogação do prazo de encerramento da biometria, que foi negado pelo TRE. A expectativa do tribunal, segundo a assessoria de imprensa é de que nas eleições de 2018 Salvador será, entre as principais capitais do País, a primeira que realizará o pleito 100% biometrizada.
O presidente do TRE, José Edivaldo Rotondano, lamentou as dificuldades enfrentadas pelos eleitores e disse que a situação poderá ser resolvida a partir de março, quando deverão procurar os cartórios para iniciar o processo de recuperação do título cancelado. “Tudo se resolverá”, afirmou Rotondano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.