Começou com uma manifestação dos petistas em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o último sábado (7), e em poucos dias as mudanças nos nomes nos painéis de votação também foram adotadas por adversários do presidenciável.
Nesta quarta-feira (11), o deputado Capitão Augusto (PR-SP) mudou o nome para “Capitão Augusto Bolsonaro”, em homenagem ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ). Pré-candidato pelo PSL à Presidência, o parlamentar lidera as pesquisas de intenção de voto na ausência de Lula.
No Rio Grande do Sul, o vereador em Porto Alegre pelo partido Novo, por sua vez, resolveu homenagear à Operação Lava Jato.
Petistas colocaram Lula no nome, então farei uma homenagem à operação Lava Jato. Serei FELIPE LAVA JATO por 1 dia. 😉 *boa @FernandoHoliday pic.twitter.com/Wcwb7EE2sA
— Felipe Camozzato (@felipecamozzato) April 11, 2018
A prisão de Lula foi determinada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da operação em 1ª instância. O ex-presidente foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá.
Desde o início da semana, petistas têm feito trocas de nomes em homenagem à principal liderança do partido. O líder da bancada na Câmara, deputado Paulo Pimenta, pediu a mudança na segunda-feira (9). Já a presidente da sigla, senadora Gleisi Hoffmann, fez a alteração nesta terça-feira (10).
Somos tod@s Lula, Eu sou Lula!#LulaValeALuta #LulaLivre pic.twitter.com/sMUCYHvqLb
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) April 11, 2018
A troca também foi feita por vereadores do PT em São Paulo, como Antonio Donato e Alessandro Guedes.
Vereadores de São Paulo incluem Lula no nome – https://t.co/QPZjbPpooQ
— andreza matais (@andrezamatais) April 10, 2018
A atitude dos parlamentares despertou um momento de nostalgia no Twitter.
Todos esses parlamentares colocando sobrenome Lula, Moro e Bolsonaro parece muito aqueles fakes do Orkut que colocavam sobrenome de cara de banda.
Srta. Carolzinha Bouvier
Srto. Francis Lavigne
Srto. Rafael Nickelback
— Rafael Barbosa (@rafabarbosa) April 11, 2018
Obstrução
Com o ex-presidente preso, petistas e aliados de partidos como PSol e PCdoB têm participado de manifestações contra a prisão de Lula. Na Câmara, a oposição resolveu fazer obstrução às votações e tem se alternado em discursos a favor do petista.
Neste momento somos dezenas de Lulas no plenário da Câmara. Companheiras e companheiros que não aceitam que @LulapeloBrasil seja um preso político. #LulaLivreJá #LulaLivre #LulaValeALuta #LulaPresoPolítico pic.twitter.com/D2NB58sOMe
— Maria do Rosario (#LulaLivre) (@mariadorosario) April 10, 2018
Nesta quarta-feira (11), a Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou a realização de uma diligência na carceragem da Polícia Federal de Curitiba (PR), para verificar as instalações.
Aliados do ex-presidente têm criticado a dificuldade de comunicação. Governadores foram impedidos de visitar o petista. No despacho, a juíza federal substituta Carolina Moura Lebbos afirmou que não havia “fundamento para a flexibilização do regime geral de visitas próprio à carceragem da Polícia Federal”.
A Lei de Execução Penal prevê visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados. De acordo com a Polícia Federal, até 4 parentes de 1º e 2º graus podem fazer visitas às quartas-feiras, em um período pela manhã e outro à tarde.
Para o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), um dos integrantes da comitiva, a Justiça Federal descumpriu a Lei de Execução Penal. Ele classificou o impedimento da visita como arbitrário.
Obviamente "regras de carceragem" não podem revogar um direito previsto em lei. E eventual regulação judicial não pode ser desproporcional ou ofensiva ao bom senso. Foi o que ocorreu hoje.
— Flávio Dino (@FlavioDino) April 10, 2018
No dia anterior, Moro havia determinado que Lula não deveria ter nenhum “privilégio quanto a visitas, aplicando-se o regime geral de visitas da carceragem da Polícia Federal”. huffpostbrasil.