O candidato ao Planalto Jair Bolsonaro (PSL) não quer participar de debates no primeiro turno e se nega a discutir sua proposta de reforma tributária. Para o presidenciável, revelar o pacote de medidas econômicas elaborado pela sua equipe faria com que ele levasse "pancada por aí".
A pouco mais de três meses das eleições, Bolsonaro está liderando grande partes das pesquisas, especialmente os cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sem sequer expôr as suas propostas.
O candidato também tem entrado em desacordo com o seu braço-direito, o economista Paulo Guedes. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Guedes disse que Bolsonaro não quer se posicionar a favor de uma reforma na Previdência mais dura durante a campanha
“Pô, Paulo, você faz o que quiser depois, mas se eu fizer isso, nem chego lá. O Lula está falando que vai mexer na Previdência? O Alckmin?”, disse Bolsonaro, segundo Guedes.
O economista é cotado com o possível ministro da Fazenda do candidato. Guedes avisa que vai propôr corte de gastos e privatizações. “Se ele quiser, aprova. Se não aprovar, não vou.”
Ao invés de fazer um discurso que lhe renderia votos ou abrir o jogo sobre as suas propostas, Bolsonaro segue repetindo que os planos serão apresentados “em momento oportuno”.
Como analisado pela Folha de S. Paulo, fugindo de confrontos, Bolsonaro evita eventuais falhas e contradições, já que tem um número de votos suficiente para levá-lo ao segundo turno.