Na noite desta quinta-feira (13), o ex-juiz e futuro ministro da Justiça, Sergio Moro concedeu entrevista e disse lamentar o fato de ter sido o autor da sentença que condenou o ex-presidente Lula.
“Da minha parte nada tenho contra o ex-presidente. Acho até lamentável que eu, infelizmente, tenha sido o autor da decisão que condenou uma figura pública que tem a sua popularidade e que fez até coisas boas durante sua gestão, mas também erradas”, ressaltou.
“Isso no fundo não é um bônus para mim, é um ônus. Mas o fiz cumprindo o meu dever”, completou Moro.
Lula foi condenado por Moro, em julho de 2017, a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP).
Em janeiro deste ano, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) aumentou a pena para 12 anos e um mês de detenção. Depois de negados os recursos da defesa, Moro determinou a prisão do petista. Lula se entregou à Polícia Federal em 7 de abril e continua preso na Superintendência da PF, em Curitiba.
Moro negou qualquer tipo de perseguição a um determinado grupo político e afirmou que a Lava Jato atingiu representantes de diferentes partidos.
“Essa alegação de que a Justiça foi parcial nesses casos ignora que por desdobramento da Lava Jato vários outros personagens políticos da oposição também respondem a investigações e acusações sérias perante outros fóruns”, pontuou.
O ex-magistrado disse que aceitou o convite para ser ministro da Justiça com o objetivo de realizar um bom trabalho no combate à corrupção e à violência. E que tal atividade, mesmo com elementos políticos, é diferente da política ligada aos partidos.
“Não me vejo ingressando na política partidária, sem nenhum demérito aos que ingressaram. Na minha visão ainda sou um técnico que está indo para uma posição que tem um encargo político, mas para fazer um trabalho específico”, destacou.