Mais uma pesquisa realizada pelo Datafolha sobre o governo de Jair Bolsonaro, revelou que a maioria da população apoia a presença de militares em cargos estratégicos do governo federal. O Levantamento do instituto feito entre os dias 2 e 3 aponta que 60% dos entrevistados consideram positiva para o país a atuação de militares no governo Jair Bolsonaro, ante 36% que a consideram mais negativa. Outros 2% se disseram indiferentes, e 3% não souberam responder.
Além de o presidente e o vice, Hamilton Mourão, serem militares, integrantes das Forças Armadas estão à frente de 6 dos 22 ministérios. Outros dois ministros tiveram formação militar: Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União).
Membros do Exército, Aeronáutica e Marinha obtiveram ainda dezenas de cargos de destaque no atual governo. São os casos do comando do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) e da Funai (Fundação Nacional do Índio) e o posto de porta-voz da Presidência.
A indicação de militares para cargos-chave na administração federal já tinha sido mencionada por Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
A aprovação à nomeação de militares é maior entre homens do que entre mulheres. Também consideram mais positiva a participação de integrantes das Forças Armadas entrevistados aposentados, idosos com mais de 60 anos e evangélicos, faixa da população que já vinha demonstrando forte adesão a Bolsonaro desde a eleição.
Mas a aprovação a essa opção cai entre entrevistados com escolaridade de nível superior (54%), jovens de 16 a 24 anos (52%) e entre quem tem renda familiar mensal acima de dez salários mínimos.
No recorte regional, o apoio aos militares no governo é menor no Nordeste (53%), região mais crítica ao governo Bolsonaro e na qual ele foi derrotado no segundo turno da eleição de 2018, e sobe no Sul (66%) e atinge pico no Centro-Oeste/Norte (67%).
O Datafolha ouviu 2.086 entrevistados em 130 municípios de todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.