O ex-presidente Lula disse a interlocutores que “agora todo mundo está vendo que não era só discurso”, quando foi informado do teor das conversas atribuídas ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o procurador da República Deltan Dallagnol divulgados domingo (9), pelo site The Intercept.
Segundos os interlocutores, a revelação dos diálogos deixou o ex-presidente mais confiante de que o fim do período na prisão pode estar próximo – e também revoltado com os responsáveis pela Lava Jato.
O ex-presidente recebeu as visitas dos advogados Cristiano Zanin e José Roberto Battochio na carceragem da Polícia Federal em Curitiba nesta terça-feira (11). Zanin disse que Lula “ficou bastante impactado com o conteúdo do material”.
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Em entrevista na saída do prédio da Polícia Federal, eles disseram esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) leve em conta as revelações ao analisar os pedidos de habeas corpus pendentes na Corte. “Temos a expectativa de que (o STF) julgue os HCs já pendentes e inclusive a falta de neutralidade do juiz Sérgio Moro em relação ao ex-presidente Lula”, disse Zanin. “São temas já apresentados ao Supremo e que ajudam no julgamento”, completou.
Zanin afirmou que a defesa deve incluir formalmente no processo os diálogos revelados no domingo, mas ainda não definiu a forma e a data. Embora os novos dados não estejam nos autos, segundo ele, sua essência é a base da argumentação da defesa desde o início do processo. “São coisas que nós já havíamos levantado desde o início. Esperamos que estes fatos novos ajudem a sensibilizar e mostrar ao Judiciário que o ex-presidente Lula não teve um julgamento justo, imparcial e independente”, afirmou.
O advogado de Lula também afirmou que o material divulgado até agora já é suficiente para provar que Moro não agiu como juiz imparcial mas “como coordenador da acusação”.